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As Cores da Serpente: renovação e ancestralidade para os muros de Leba

05/12/2017 / às 15h52

Com coragem e ousadia, um coletivo de jovens, comandado pelo artista Thó Simões, decidem pintar seis mil metros quadrados de murais em uma estrada de Serra de Leba, em Angola. É através do documentário “As Cores da Serpente” – com pré-estreia realizada em 29 de novembro, no Cinemuseu – que o cineasta Juca Badaró retrata esta intervenção artística.

Badaró explicou que o nome do filme faz referência à geografia da estrada, que serpenteia as encostas, quanto à simbologia religiosa do animal

O filme começa com a imagem de várias pessoas dançando e cantando e logo vai mostrando um pouco da estrada.

Segundo Badaró, os murais estavam pichados com palavrões e o coletivo aplicou os grafites com desenhos ligados à ancestralidade, arte, história e meio ambiente. “O que mais me chamou a atenção foi a ousadia deles. Imagina pintar seis mil metros quadrados de murais sem grana. Quando eu vi que isso era possível, me chamou muita atenção. Eu pensei em fazer o filme, em mostrar isso para o Brasil”, conta Juca Badaró em entrevista para o Correio Nagô.

Diante de uma sala cheia, a educadora e líder religiosa, Makota Valdina, e a ouvidora-geral e socióloga, Vilma Reis, deram as boas vindas ao público aproveitando para falar sobre as expectativas para o filme e a parceria com a Defensoria Pública. Ambas reforçaram a importância de se falar sobre ancestralidade e lutar contra a intolerância religiosa. Além disso, reafirmaram a importância dessa ponte que liga a África à diáspora.

O filme, com produção de Renata Matos e realização de Juca Badaró, foi todo colaborativo, assim como o projeto. Segundo o artista Thó Simões, “foi uma união de forças e amor coletivo”.

Após a exibição do documentário, o público participou de um debate sobre ancestralidade e intolerância religiosa com Makota Valdina e Vilma Reis.

 

Ashley Malia é repórter do Portal Correio Nagô

Com a supervisão da jornalista Donminique Azevedo

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