O escritor cubano Carlos Moore é uma referência internacional no debate sobre o racismo na história. Exilado no Brasil há mais de 15 anos, o intelectual possui um papel de destaque na divulgação das ideias panafricanistas e da emancipação negra. Porém, no último dia 14 de outubro de 2014, o pesquisador foi verbalmente agredido ao participar de um evento na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) quando discutia o racismo presente na obra de Marx e Engles, que é objetivo de um livro de sua autoria, O Marxismo e a Questão Racial. Na oportunidade, defensores do marxismo, incluindo um candidato a presidente pelo Partido Comunista Brasileiro (PCB) teriam desqualificado o autor, que conviveu com grandes líderes negros, a exemplo de Malcolm X, Cheik Anta Diop e Aimé Césaire e é um dos mais destacados pesquisadores da relações raciais no mundo. Em uma entrevista exclusiva ao CORREIO NAGÔ, Carlos Moore fala sobre a agressão que teria sofrido no evento e sobre suas ideias e pesquisas em relação ao tema.
A seguir a entrevista dividida em quarto partes: