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CPI para investigar mortes de jovens negros pode ser criada este ano

Foto I Geraldo Magela

Foto I Geraldo Magela

Redação Correio Nagô

Segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a cada três jovens assassinados no país, dois são negros. No nordeste, a chance de morte de um jovem negro é duas vezes maior do que a média nacional. A partir desta informação, a senadora Lídice da Mata (PSB-BA) levanta o debate no Senado para a criação de uma Comissão de Inquérito Parlamentar (CPI) com o objetivo de investigar homicídios praticados contra a juventude negra.

A parlamentar acredita que com a comissão será possível pensar em ações que reduzam estes tipos de homicídios. De acordo com a senadora, é possível instalar a Comissão este ano. “Já temos assinaturas suficientes [30] e a expectativa é de que a CPI seja instalada ainda no primeiro semestre deste ano. Precisamos investigar as causas deste extermínio, quem são os mandantes das execuções para que possamos revelar para os governos e a sociedade brasileira e contribuir com as políticas públicas adotadas para reverter essa situação”, afirma em nota publicada em sua página pessoal.

No nordeste, a chance de um jovem negro morrer é maior do que em outras regiões. Conforme números divulgados pelo Índice de Vulnerabilidade Social (IVS), em Alagoas, o risco de morte de um jovem negro é de mais de 8 vezes maior em relação a probabilidade de homicídios cometidos contra jovens brancos; na Paraíba, 11 vezes mais. No Brasil, os menores coeficientes em relação a assassinatos de jovens negros estão em São Paulo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Minas Gerais.

Caso a instauração da CPI seja aprovada, o colegiado terá até 180 dias para apresentar relatório sobre o tema.

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