Redação Correio Nagô
Foto: Blog do Vila ( http://www.blogdovila.blogspot.com.br )
A ministra Marta Suplicy ainda não se pronunciou oficialmente, mas já é dada como certa a troca de direção na Fundação Cultural Palmares, órgão do Ministério da Cultura responsável pelas políticas voltadas para a cultura negra. O novo presidente do órgão será o ator, diretor e gestor cultural, Hilton Cobra, conhecido como Cobrinha. Baiano radicado no Rio de Janeiro, criador da Companhia dos Comuns e coordenador do Fórum Nacional de Performance Negra, Cobrinha já tem experiência na gestão de órgão institucional de cultural, já que, entre 1993 e 2000, esteve à frente do Centro Cultural José Bonifácio, da Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro, cidade de forte expressão da cultura negra.
Ainda aguardando a oficialização do seu nome, Hilton Cobra falou para o Correio Nagô dos seus projetos para a Fundação Cultural Palmares, caso se confirme a nomeação. “A Palmares é de extrema importância para a comunidade negra. Assim como a Seppir [Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial] é o órgão responsável por assessorar o governo federal, cabe a Palmares, o assessoramento do Ministério da Cultura para as demandas da população negra”. Cobrinha falou da necessidade de articulação entre a Fundação Palmares e demais órgãos do MinC, como a Funarte, a Secretaria de Cidadania e Diversidade Cultural e a Secretaria de Políticas Culturais. “A Palmares não pode ser produtor de eventos, e deve sim assessorar as políticas do Ministério, que é a sua obrigação institucional”. E prometeu parceria com a Seppir: “Se sou um homem preto hoje é graças a Luiza Bairros”, destacando a importância da atual ministra na formação da sua consciência racial e política.
Centro de Referência – Um dos principais desafios apontados por Cobrinha é a efetivação do Centro de Informação e Referência da Cultura Negra, vinculado a Palmares. “Precisamos aproveitar bons projetos das gestões anteriores, como o Centro de Referência pensado na gestão de Dulce Maria de Pereira [durante o governo FHC]. Não há no Brasil um local para preservar o rico acervo acumulado sobre a cultura negra, por personalidades como Abdias do Nascimento,