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Movimento protesta contra construção de hospital em área de Preservação Ambiental em Cajazeiras

“A prefeitura de Salvador está construindo um hospital em uma Área de Preservação Ambiental”.

A denúncia foi feita nesta terça-feira, 05/07, durante o XVIII Encontro Nacional de Comitês de Bacias Hidrográficas (Encob) que acontece na capital baiana até o dia 08 de julho. A psicóloga Jessica Oliveira, integrante do Quilombo do Orobu, chamou a atenção das autoridades e público presente ao encontro sobre as obras iniciadas pela Prefeitura de Salvador para construção do Hospital Municipal de Cajazeiras que avançam as margens do rio Joanes Ipitanga, comprometendo o equilíbrio ambiental e a vida de famílias de moradores, que tem o rio como lazer e abastecimento.

De acordo com Jessica, foi instituído na região o primeiro parque ambiental em rede da América Latina, reunindo diferentes pontos de preservação ambiental, como a Pedra de Xangô, um santuário para as religiões de matriz africana. “O prefeito pouco se importa se o Parque será construído em um esgoto ou uma área de água potável, onde crianças e adultos se divertem em contato com a natureza, algo tão raro nessa realidade urbana”, reclamou.

A prefeitura anunciou que o “primeiro hospital municipal de Salvador” ficará localizado na Via Coletora B, final de linha da Boca da Mata (antigo Sítio Unhão). Serão investidos R$120 milhões, incluindo edificações, equipamentos e mobiliário e a estimativa é que sejam atendidos 660 mil pacientes por mês. A população do bairro de Cajazeiras é estimada em mais de 700 mil pessoas, reunindo as localidades de Boca da Mata, Fazenda Grande, Jaguaripe e as sete Cajazeiras.

Jessica Oliveira denuncia na obra em área ambiental para a mesa formada pelo Ministério Público Federal,  Comitês de bacias e o presidente da Agência Nacional das Águas (ANA), Vicente Andreu.

Jessica Oliveira denuncia na obra em área ambiental para a mesa formada pelo Ministério Público Federal, Comitês de bacias e o presidente da Agência Nacional das Águas (ANA), Vicente Andreu.

“A obra está no início e precisamos que seja embargada. Ao invés de hospital, o que deve ser construído é uma sede de proteção ambiental. Como se trata de uma área de periferia, as políticas de proteção ambiental nunca chegaram aqui, nem mesmo com denuncia e mobilização de vários órgãos”, afirmou ao Correio Nagô, Jessica Oliveira.

O rio Joanes é uma Área de Preservação Ambiental, responsável por cerca de 40% do abastecimento de água da Região Metropolitana de Salvador (RMS). Com uma área de aproximadamente 755 Km², o rio Joanes nasce no município de São Francisco do Conde, no Recôncavo da Bahia, e desemboca na Praia de Buraquinho, em Lauro de Freitas, depois de percorrer municípios da RMS, como Camaçari, Simões Filho, São Sebastião do Passé, Candeias, Dias d’Ávila e a própria capital baiana.

Da Redação do Correio Nagô

Confira o vídeo que o movimento criou para divulgar a riqueza ambiental de Cajazeiras e os riscos que a cidade sofre de perder este manancial.

 

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