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Negros e negras em marcha contra o racismo

21/11/2017 I às 18h05

Entre diversas outras atividades que aconteceram na cidade, a tradicional Marcha da Consciência Negra teve sua 38ª edição que homenageou Carlos Marighella.

A caminhada organizada pelo CONEN (Coletivo de Entidades Negras), com o apoio do Levante Popular da Juventude, levou às ruas os mais antigos no Movimento Negro e a juventude também, com o geracional objetivo de liberdade do povo negro. Saindo do Campo Grande, a Marcha teve como destino o Pelourinho, onde se encontra a estátua de Zumbi, grande símbolo de resistência.

Ao mesmo tempo que alguns militantes se concentravam para a Marcha de Zumbi, outros estavam no Curuzu, no cortejo da Caminhada da Liberdade,  evento elaborado pelo Fórum de Entidades Negras. O vereador Silvio Humberto comentou sobre a diversidade de eventos simultâneos: “Eu tenho na minha memória que eu entrei no Movimento Negro a partir do Dia Nacional da Consciência Negra e antes não podia faltar ninguém, hoje você tem algumas marchas e inúmeras atividades espalhadas pela cidade”.

O filho de um dos ícones da luta contra a Ditadura Militar, Carlos Augusto Marighella, esteve presente na Marcha e falou sobre a importância dela:  “Eventos como esses são muito importantes porque eles são um chamamento, e Marighella se presta muito bem a isso. Marighella foi um negro que nasceu na Baixa dos Sapateiros e se tornou referência no mundo, um líder, um poeta, um insubmisso”. Carlos recebeu o nome em homenagem ao pai e é advogado, com atuação na área de direitos humanos e anistia.

A musicalidade esteve entre as músicas tradicionais e as expressões da juventude, como o rap com o grupo RBF (Rapaziada da Baixa Fria). Gritos de combate, desabafo e poesia no microfone aberto do mini-trio que seguia a frente do trio, estiveram presentes por todo percurso.

“Povo negro unido,
povo negro forte,
que não teme a luta,
que não teme a morte”

A 38ª Marcha da Consciência Negra foi o primeiro evento da militância de Jaqueline, estudante de 14 anos. “É sempre importante marcar como Zumbi foi importante porque nem todo mundo sabe quem foi Zumbi.”

As atividades encerram no Terreiro de Jesus, às 19h, com um ato da Convergência Negra, que reúne entidades civis da luta antirracista. Participaram do evento: Swing do Pelo, Márcia Short, Preto Caro, Guiguio, Cristiano Leão, Banjolada e Bamboxê

Beatriz Almeida é repórter do Correio Nagô.

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