Na semana que se comemora o Dia Mundial do Rock and roll (13 de julho), temos que evidenciar a produção cultural diversa que o continente africano produz do gênero. São estilos que transitam entre o progressivo e o heavy metal fora do eixo dos grandes centros urbanos. O percurso do gênero se destaca desde 1975, na Zambia. E o ponto principal é fazer Rock sem fugir das raízes, as bandas mesclam influências externas e a preservação da cultura local.
A África do Sul se destaca entre os centros e já revelou cerca de 40 grupos com o Agro, fundada em Joanesburgo no início dos anos 1990, e influenciada por nomes como Judas Priest e Helloween, e o Juggernaught, de Pretória. Botswana, Madagascar e África do Sul são mais três exemplos que demonstram a produção latente, mas encontram dificuldades mesmo com o avanço da internet e o encurtamento das fronteiras físicas.
Outra característica é a busca pelo equilíbrio entre idiomas locais e canções produzidas em inglês. São poucos que cantam somente com o idioma natural. São recursos utilizados pela banda de Trash metal Sasamaso. Fundado em 2002, em Madagascar, o grupo apresenta canções em inglês, mas também em malgaxe, uma das línguas oficiais do país. Ainda no contexto da mistura de ritmos, o som do Amanaz, da Zâmbia, que compõe músicas psicodélicas com fuzz – um tipo de pedal para guitarra – e tambores africanos. A música “History of Man” lembra as banda americana STOOGES e a inglesa, CREAM.
O pouco que se fala sobre a música de África nos grandes veículos ao redor do mundo ainda se resume aos sons encantados de Fela Kuti e Miriam Makeba. No entanto, já é possível ver mudanças. Pouco a pouco, com a ajuda da interatividade existente no mundo online, as bandas mesmo que iniciantes começam a ganhar reconhecimento e visibilidade.
Da Redação do Correio Nagô
Confira o som trash metal da Sasamaso, da Ilha de Madagascar