28/01/2018 | às 17h38
Usando roupas brancas e lilás, a Banda Didá presta homenagem a Nanã, referenciando a orixá que, de acordo com a história afro-brasileira, é a protetora das mulheres que desejam sair da condição de violência familiar.
Com desfile alertando para a necessidade de mais proteção para as mulheres, o Bloco Afro Didá traz como tema do carnaval 2018: Abayomi, nós de fé, coragem, proteção.
A Banda Didá é liderada e protagonizada exclusivamente por mulheres e desfila atualmente com 4000 mulheres e crianças. Abayomi simboliza representação e esperança para as mulheres negras de todo mundo.
FOTO: divulgação/Didá
“O tema Abayomi foi escolhido porque nós queríamos abordar as questões da violência que nós mulheres negras sofremos, de maneira diferente. Abayomi é esse símbolo de solidariedade”, Vivian Queiroz, assessora de comunicação da Didá, sobre a escolha do tema.
“O Bloco Afro Didá empenha-se em educar durante o ano inteiro seu público de alunas (mulheres e crianças), oferecendo uma gama de informações para proteção e formação sociopolítica de seu grupo, estratégia que se mantém no carnaval através da escolha de temas que elucidem e atualizem tais questões”, diz manifesto da Banda Didá sobre o tema de carnaval.
A Didá leva pela primeira vez para a avenida tradicionais rezadeiras. Entre elas: D.Maria, rezadeira do bairro de Santo Antonio Além do Carmo, D. Balbina rezadeira da Estrada das Barreiras, D. Isautina, rezadeira do Pelourinho, D. Maria rezadeira do ACM, entre outras senhoras de fé que praticam, preservam e transmitem saberes seculares que abarcam forte influência da Cultura e sabedoria indígena.
Outro destaque desta ala é a participação do grupo Vai ter Gorda, convidado para incrementar essa ala, usando
figurinos inspirados nessas mulheres, carregando nas mãos molhos de arruda e de outras folhas sagradas.
Raissa Rosa Abayomi é autora intelectual da Página no Facebook Pedagogia Abayomi, que estimula a confecção da Abayomi.
Entre as convidadas estão a Major Denice Santiago, a ex Delegada Valquíria Barbosa, a Major Ana Fausta
de Assis e a promotora de Justiça Livia Santana Vaz – que vão compor a ala “Nós de Coragem/ Ala da percussão Solo/ Ala de combate a violência contra as mulheres”.
O Bloco Afro Didá desfila na sexta e o sábado (08 e 09/02), com concentração no Campo Grande, marcada para às 11:45, apesar dos possíveis atrasos.
A inscrição para o carnaval da Didá é gratuita e pode ser feita na sede do bloco, no Pelourinho. Para obter a fantasia, as associadas participam da Caravana Cultural, Produtiva e Solidária.
O bloco pede que levem 2 quilos de alimento não perecível e utensílios. Crianças do sexo masculino podem participar até os 10 anos.
Beatriz Almeida é repórter-estagiária do Portal Correio Nagô.
Com a supervisão da jornalista Donminique Azevedo.
