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007 será uma Mulher Negra em novo filme de James Bond

Após seis atores brancos, o próximo agente 007 será interpretado por uma mulher negra. 

Texto de Rosalvo Neto*

Após 24 filmes da saga, todos protagonizados por homens brancos, vivido pelos atores Sean Connery, George Lazenby, Roger Moore, Timothy Dalton, Pierce Brosnan e o mais atual, Daniel Craig, o agente 007 será uma mulher negra em novo filme de James Bond.

Esse novo filme, com título original “No Time to Die” (em tradução livre, Sem Tempo para Morrer), com estreia prevista nos cinemas em abril de 2020, vem com um grande diferencial, pois segundo as informações do site Dailymail, o agente 007 será uma mulher negra. Mas calma, o James Bond continuará sendo o Bond, interpretado por Daniel Craig, mas como ele estar aposentado, o seu número foi repassado para outra pessoa assumir a posição de 007, que será interpretada pela deslumbrante atriz Lashana Lynch.

Trina Parks em “007 – Os Diamantes São Eternos”, de 1971

A primeira mulher negra em James Bond apareceu em “007 – Os Diamantes São Eternos”, em 1971, com a atriz Trina Parks, que atuou como Thumper, uma das guardas do vilão Blofeld e o Bond era o Sean Connery. Mas nessa nova trama, o que tudo indica, é que o protagonismo será evidente, pois a personagem da atriz Lashana Lynch receberá a licença 007 de Bond para atuar como a nova espiã.

Evidente que a escolha da atriz britânica negra Lashana Lynch, que fez o papel da piloto de caça Maria Rambeau em Capitã Marvel, não agradou todos os fãs da saga, o que gerou uma enorme repercussão na mídia e, principalmente, nas redes sociais. Nada diferente da recente polêmica em torno da Ariel negra em “Pequena Sereia”, que será interpretada pela norte-americana Halle Bailey (que foi uma das Bonds Girl em 2002 em “007 – Um novo dia para morrer”) ou até mesmo em 2010 também durante as filmagens do filme Thor, o primeiro da Saga da Marvel Studios, que teve o personagem Heimdall interpretado pelo ator negro, Idris Elba.

Relembre: http://correionago.ning.com/profiles/blogs/filme-do-thor-sera-boicotado

Idris Elba chegou a ser especulado para ser o primeiro James Bond negro da história da franquia (o que deixou muita gente empolgada), mas mesmo sem ter recebido convite oficial, o próprio decidiu desistir do posto por causa do racismo.

#OscarsSoWhite

Percebemos que essas “polêmicas” expõem o racismo latente na sociedade, que ainda insiste em existir em pleno século XXI. Nos últimos tempos, têm se afloradas discussões sobre a falta de representatividade negra na indústria cinematográfica, o que valeu a campanha #OscarsSoWhite (#OscarsTãoBrancos) e até o discurso de Chris Rock na cerimônia do Oscar, em 2016: “Estou no Oscar, também conhecido como os prêmios dos brancos”.

Com tudo isso, e seguindo o momento de empoderamento, se destacaram longas premiados como: “Moonlight”, de Barry Jenkins; “Corra!” de Jordan Peele; “Infiltrado na Klan”, do veterano Spike Lee; e “Pantera Negra”, de Ryan Coogler, com grande sucesso de bilheteria.

Aqui no Brasil, ainda que timidamente, temos alguns destaques recentes, como: “Correndo Atrás”, de Jefferson De; “O dia de Jerusa”, de Viviane Ferreira; e “Café com Canela”, de Glenda Nicácio e Ary Rosa, ambos valorizando a mulher Negra.

Seguindo a expectativa de representatividade no momento em que o famoso código 007 estará sob domínio de uma mulher negra, representada por Lashana Lynch, essa será uma grande oportunidade da saga se redimir das ações misóginas e sexista do mulherengo James Bond. O fato de ter a roteirista feminista Phoebe Waller-Bridge será mais um reforço para que a figura feminina seja bem valorizada, saindo dos estereótipos típicos da maioria das mulheres representadas nas tramas anteriores.

É bem verdade que, mesmo com controverso e com atributos negativos, James Bond continua sendo uma franquia de grande sucesso, como mostra pesquisa realizada pela Betway, plataforma de cassino online, intitulada James Bond em Números, que traz  informações, fatos divertidos e curiosidades, comparando todos os dados de cada filme, analisando as estatísticas como: lucros,  bilheteria, performance da música tema,  casos românticos, visitas a cassinos, falas clássicas,  entre outras informações. Tudo neste infográfico interativo e dinâmico, abaixo:

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Esperamos que com a inserção da personagem de Lynch, a partir de “007 – No Time to Die” (ainda sem título oficial em português), os próximos dados contenham números e informações que contemplem o empoderamento da mulher negra na sociedade, haja vista que os grandes sucessos de bilheteria refletem os aspectos culturais e sociais de sua época, como moda e revolução industrial e etc, nada mais justo que, em pleno século XXI, o filme mostre a força do feminismo negro mundial na telona.

*Rosalvo Neto tem formação em Comunicação Social com ênfase em Cinema e Vídeo

Diretor do Instituto Mídia Étnica, responsável pela TV Correio Nagô

Pai de Ravi Kayodê, amante de música, audiovisual e tecnologias

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