Apesar de ser maioria no Brasil, a população negra ainda é sub-representada.
Em alguns espaços é possível contar na pontinha dos dedos a quantidade de pessoas negras. Este é o caso dos servidores públicos.
Se o serviço público for federal, esse número cai drasticamente.
Uma visita rápida em sites de cursos preparatórios já dá a cor de quem passa. Basta olhar os depoimentos de quem “chega lá”.
Todavia, tem gente que ainda acha que as cotas raciais no serviço público é algo desnecessário e há, inclusive, quem diga que a comissão para verificar a autodeclaração é inconstitucional.
Listamos aqui 10 (mas poderiam ser 1000) coisas sobre o assunto que vão ajudar “enegrecer” o debate:
#1 Cota racial não é um favor. É uma correção de uma parte dos problemas e distorções estruturais de uma sociedade historicamente escravagista, racista e desigual.
#2 As desigualdades raciais estão entranhadas no mercado de trabalho. Negras e negros, em sua maioria, trabalham mais, em condições bastante precárias e ganham absurdamente menos que pessoas “lidas” socialmente como brancas.
#3 A banca verificadora da autodeclaração é constitucional e inibe a fraude.
#4 Isso mesmo! Tem gente branca privilegiada fraudando o sistema de cotas. Tem gente fazendo bronzeamento artificial e até escurecendo foto em programinhas de edição.
#5 Ter pais, avós, tios e padrinhos negros não faz de uma pessoa branca destinatária das cotas.
#6 1,7% de sangue negro também não faz uma pessoa destinatária das cotas. #fato
#7 Apenas a autodeclaração não satisfaz. Um questionário também não. São vários casos de oportunismo.
#8 O racismo no Brasil não é de origem – é FENÓTIPO – então qual o problema de uma comissão para identificar negros e não negro?
#9 Acessar as carreiras no serviço público por meio de cotas raciais é um meio de tornar o setor mais representativo. É, portanto, pedagógico!
# 10 As cotas raciais são apenas um dos mecanismos utilizados como parte das ações afirmativas.
Donminique Azevedo é repórter do Portal Correio Nagô.