Home » Blog » 11 motivos pelos quais vale falar de política nos encontros de fim de ano

11 motivos pelos quais vale falar de política nos encontros de fim de ano

20/12/2018 | às 17h20

Fake news, violências nas ruas e o fim de relações antigas marcaram as eleições deste ano, e parece ser o assunto mais temido nos encontros de fim de ano. No entanto, esta eleição também surpreendeu com o número de mulheres negras com agendas da luta antirracista sendo eleitas, embora os partidos continuem com maioria branca.

Dos 513 deputados eleitos em 2018, apenas 125 são negros. Sendo 21 que se autodeclaram pretos e 104 respondem como pardos. Conforme os dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), deputados negros (somatório de pretos e pardos para o IBGE) representam 24,36% da composição da Câmara, que reflete na sub-representação em relação ao tamanho da população.

Entretanto, o destaque de mulheres negras eleitas confirmam que os próximos anos serão tecidos por mãos dadas entre mulheres e laços de resistência.

“Quando uma mulher negra se movimenta, toda estrutura da sociedade se movimenta com ela”, diz a filósofa norte-americana Angela Davis referente a participação social das mulheres negras na gestão da vida.

Em retrospectiva dos fatos que marcaram nosso ano, o Correio Nagô organizou uma lista de deputadas eleitas que irão nos representar a partir do próximo ano. Conheçam os motivos pelos quais vale falar de política nos encontros de família neste fim de ano:

Talíria Petrone (PSOL)

Eleita deputada federal com 107 mil votos, a professora de história é a nona mais votada no estado do Rio de Janeiro e a segunda em seu partido. Entre as pautas que Talíria pretende defender estão a descriminalização do aborto, e uma nova política frente à “guerra às drogas”, na busca pela redução do hiperencarceramento da população negra.

Renata Souza (PSOL)

A jornalista formada pela PUC-Rio, com bolsa integral, é pós-doutora em Comunicação pela Universidade Federal Fluminense (UFF) foi eleita com 64 mil votos. Renata é a nona mais votada entre os 70 deputados estaduais eleitos no Rio. Renata trabalhou ao longo dos últimos dez anos ao lado de Marielle e Marcelo Freixo na Comissão de Defesa dos Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (ALERJ)

Mônica Francisco (PSOL)

 

A cientista social e pastora evangélica, é militante dos direitos civis há 30 anos e foi eleita para ALERJ com 40,6 mil votos. A agenda Mônica se ocupou por quase 30 anos dos direitos humanos, com relação ao movimento popular de favelas e o movimento de mulheres.  Por ter assessorado Marielle na Câmara Municipal do Rio, o nome de Mônica tem sido apontado para as próximas eleições municipais.

Dani Monteiro (PSOL)

Com quase 28 mil votos, a mais jovem das assessoras de Marielle foi eleita para a ALERJ. A militância de Dani está voltada para o direito à cidade. Dani faz parte do Coletivo Rua Juventude Anticapitalista. Em seu mandato, o foco está em fazer uma política construída pela juventude de forma antirracista e voltado para as mulheres.

Áurea Carolina (PSOL)

Com empenho em aquilombar as instituições em Brasília e enfrentar as injustiças, a vereadora de Belo Horizonte teve mais de 162 mil votos e foi eleita a deputada federal pelo estado de Minas Gerais, sendo a quinta mais votada.

Olivia Santana (PCdoB)

A Bahia elegeu sua primeira deputada estadual negra com quase 58 mil votos. Formada em Pedagogia pela Universidade Federal da Bahia, Olívia atuou como vereadora por 10 anos em Salvador além de ter sido secretária de Educação e Cultura, secretária estadual de Políticas para Mulheres e ter chefiado a Secretaria de Trabalho, Emprego e Renda.  

Robeyoncé Lima  (Juntas) / (PSOL)

Robeyoncé (a primeira da esquerda para direita), Kátia, Carol, Joelma e Jô foram eleitas a codeputadas estaduais pelo Psol.

Foi a primeira advogada a ter o direito de usar o nome social pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Pernambuco. Mulher negra e transexual, Robeyoncé faz parte da chapa coletiva Juntas, que teve 40 mil votos. A advogada pretende direcionar seu mandato para a inclusão da população que costuma ser excluída do sistema político. As candidaturas coletivas se tornaram bastante comuns nas eleições de 2018.

Érica Malunginho (PSOL)

A frente do Aparelha Luzia, reduto negro onde acontecem debates e eventos sociais, Érica foi a primeira mulher trans a ocupar vaga de deputada estadual na Assembleia Legislativa paulista (ALESP), com 55,2 mil votos. Malunguinho é pernambucana e está em São Paulo há 15 anos desenvolvendo atividades culturais aliadas a luta antirracista.

Mônica Seixas (Bancada Ativista) / (PSOL)

Encabeçando o mandato coletivo, a jornalista e ativista ambiental Mônica seixas lidera a Bancada Ativista que foi eleita com 150 mil votos para a ALESP. Ao lado dela está outra mulher trans e negra, Erika Hilton, que é estudante de gerontologia na Universidade Federal de São Carlos.

Benedita da Silva (PT)

Há mais tempo na política, a ex governadora do estado do Rio de Janeiro, foi reelita para o cargo de de deputada federal. Benedita já ocupou a  Representação Brasileira da Fundação Mundial para o Memorial e a Preservação de Gorée (Dacar, Senegal) e foi integrante da entidade norte-americana Parlamentarians for Global Action, que congrega parlamentares de todo o mundo.

Leci Brandão (PCdoB)

Crédito: Marcos Hermes/DivulgacaoLeci Brandão

Com 60 mil votos, a cantora chegou ao seu terceiro mandato como deputada estadual. Leci foi conselheira da Secretaria Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial e membro do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher. Seu trabalho é direcionado para cultura e educação, por saúde de qualidade da juventude, em especial a pobre e negra, das mulheres e do segmento LGBT.

Marcelo Ricardo é repórter-estagiário do Portal Correio Nagô.

Com a supervisão da jornalista Donminique Azevedo.

scroll to top