Dia 15 de novembro, a partir das 14h, saindo do fim de linha do Engenho Velho da Federação

Em sua 21ª edição, a Caminhada Pela Paz, Pela Vida e Contra o Racismo Religioso convoca toda a sociedade a dizer basta à violência, à intolerância e a todas as formas de preconceito. O evento, organizado pelos terreiros do Engenho Velho da Federação, desde 2003, reafirma o compromisso com o diálogo inter-religioso e o respeito às diversidades culturais e religiosas que formam o Brasil.

A Caminhada será realizada no dia 15 de novembro com concentração a partir das 14h, na Praça Mãe Runhó, no fim de linha do Engenho Velho da Federação, ponto de partida e de encerramento do cortejo. O percurso segue por ruas do Engenho Velho, Federação, Garibaldi e Vasco da Gama, territórios que abrigam alguns dos mais antigos terreiros do país, como a Casa Branca, o Gantois, o Terreiro de Oxumaré, o Bogum, o Tumba Junsara, o Tanuri Junsara entre outras importantes casas de manutenção da religiosidade de herança afro-brasileira.

Neste ano, o tema central é “21 anos afirmando Paz e Respeito” com uma homenagem a Exú, o Orixá Mensageiro, Senhor da Presença e Patrono da Comunicação, reconhecido como força que abre caminhos e conduz transformações. Exú também é uma das entidades de matriz africanas que mais sofrem o racismo religioso expresso pela associação que fazem com aspectos negativos, incluindo à demonização dessa divindade tão reverenciada pelo povo de Candomblé e Umbanda, por ser o elo de comunicação entre os humanos e os demais Orixás.

“Ocupamos as ruas para mostrar nossa união, em um pedido de paz para nossa cidade e de respeito a nossa fé. Não se trata de tolerância, e sim, de respeito ao direito que temos de cultuar o Sagrado que herdamos e que nos foi ensinado pelos nossos antepassados e que preservamos com muita resistência, amor e fé”, explica Valnízia Pereira, Mãe Val de Ayrá, yalorixá do Terreiro do Cobre, uma das casas que organizam a caminhada.

Resposta ao Racismo Religioso

Criada em 2003, a Caminhada surgiu como resposta às perseguições e violências sofridas pelos povos de axé, especialmente diante do avanço de discursos intolerantes promovidos por segmentos neopentecostais. Desde então, o ato se consolidou como uma das maiores manifestações de resistência, fé e convivência plural da Bahia, reunindo comunidades religiosas de diversas origens e outras cidades e pessoas que acreditam em um país verdadeiramente laico, diverso e comprometido com a paz.

Ao som dos atabaques, com cantos, rezas e palavras de ordem, a Caminhada Pela Paz celebra as heranças africanas que fundamentam a religiosidade negra e a história do Brasil, reforçando que respeitar as tradições de matriz africana é um ato de justiça e cidadania.

SERVIÇO

• 21ª Caminhada Pela Paz, Pela Vida e Contra o Racismo Religioso
• Quando: 15 de novembro de 2025 (sábado), a partir das 14h
• Onde: busto de Mãe Runhó, fim de linha do Engenho Velho da Federação