Home » Manchete » 3º Festival Mulheres Negras na Literatura Pernambucana abre programação do Mês da Consciência Negra

3º Festival Mulheres Negras na Literatura Pernambucana abre programação do Mês da Consciência Negra

Após dois anos de intervalo, está de volta a 3ª edição do Festival Mulheres Negras na Literatura Pernambucana. A programação em comemoração ao Mês da Consciência Negra acontece no próximo sábado (5). Este ano, o evento traz como tema: “Tecendo Saberes Ancestrais”. Entre as atividades previstas estão rodas de diálogo, lançamento de livro e apresentações culturais. A iniciativa é da produtora cultural e contadora de histórias, Roma Julia. O encontro acontece no SESC Santa Rita, no Cais de Santa Rita, bairro de Santo Antônio, no Recife, no horário das 14h às 17h. A entrada do público é gratuita.

O festival tem como público-alvo contadoras de histórias, autoras, bibliotecárias e professoras negras que atuam dentro de localidades periféricas. Juntas, elas vão promover um encontro para debater e refletir sobre suas experiências e o cenário literário afro em Pernambuco. A ideia é que, por meio desta ação, haja um canal para trocas de saberes e construção de uma atuação em conjunto em prol do acesso ao livro e a leitura dentro das comunidades de atuação.

A programação segue com uma roda de diálogo com destaque para fala de mulheres negras com atuações importantes dentro do universo do conhecimento literário afro-brasileiro. A primeira convidada é a professora Adeilma dos Santos, que desenvolve um trabalho com leitura e letramento na localidade do Alto do Guilhermino, localizado na Zona Norte do Recife. Lá, ela atua com ações voltadas à proteção da criança e a prevenção da violência contra mulheres.

Também participa do encontro a professora e mestranda em Educação Contemporânea pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), a Yalaxé do Terreiro de Mãe Amara, Helaynne Sampaio. Inclusive, dentro do festival, ela irá apresentar o livro “Dança Nagô: herança ancestral e resistência matriarcal do Balé Nagô Ajô, corpo que dança Afoxé Oyá Alaxé’” – lançado com o incentivo do Governo do Estado, por meio dos recursos do Funcultura.

Outra convidada é a especialista em Letras e pós-graduada em educação pela UFPE, Josecleide Guilhermino. Na ocasião, ela faz uma apresentação sobre o projeto “Cantinho Literário: Entre Livros e Afetos”, que funciona como uma espécie de livraria itinerante, circulando por feiras e eventos culturais do Recife. A biblioteca ambulante surgiu com a proposta de reduzir a distância entre o livro e o leitor, trazendo, prioritariamente, em seu acervo, espaço para mulheres negras escritoras.

Quem também vai contribuir com a roda de diálogo é a biblioteconomia e pedagoga, formada pela UFPE, Marta Diniz. Ela já desenvolveu e articulou diversas ações formativas com foco no livro e na leitura. Atualmente é chefe de unidade do Sistema de Bibliotecas Públicas Municipais de Pernambuco (SBPM). Com seu olhar sensível, busca soluções inovadoras para contribuir na formação continuada das coordenadoras/es de bibliotecas municipais.

A mobilização também vai contemplar a fala da candomblecista e juremeira, professora da educação básica e mestranda em educação no programa de pos-graduação em educação, e integrante do Laboratório de Educação das Relações Étnico-Raciais da UFPE, Tamires Carneiro. Para contribuir com o debate, ela apresenta um estudo em desenvolvimento sobre as escritoras negras pernambucanas.

Para além do contexto da leitura e do diálogo, o festival recebe a graduanda em psicologia e Núcleo de Políticas de Educação das Relações Étnico-Raciais da UFPE, Helen Silva. Autora dos livros “Escritas Femininas em Primeira Pessoa (Editora Oralituras, 2020) e “A escrevivência como política artística da escrita de si” (Editora Sapatilhas de Arame, 2021),ela vai falar da importância da escrita como forma de construção de pensamento e expressão dos sentimentos.

A mediação da roda de diálogo é da pedagoga, contadora de histórias e produtora cultural e idealizadora do Festival Mulheres Negras na Literatura Pernambucana, Roma Julia. Ela que, desde 2014, busca compartilhar conhecimentos sobre literatura e a memória da população negra, a exemplo do projeto “Histórias do Meu Povo”, projeto que promove ações de leitura e escrita da memória do povo nordestino. Além disso, foi gestora de território do Programa Melhoria da Educação, do Itaú Social, que apoia municípios e estados a fim de garantir a qualidade da aprendizagem com equidade.

Entre um bate-papo e outro, o público confere as apresentações culturais do grupo teatral Pedra Polida. Fundado desde 1999, a atração vai apresentar leituras dramatizadas de obras de autoras negras de Pernambuco nos intervalos do Festival. Ao final do evento, todos os participantes receberão certificado online de participação.

Quem for à 3ª edição do Festival Mulheres Negras na Literatura Pernambucana, também vai poder visitar a 1ª Feira do Afroempreendedorismo – Ojá Afro Sesc. Lá, será possível encontrar vários produtos, como vestuário, acessórios, materiais de papelaria, literatura, decoração, artes visuais, além de produtos e serviços de beleza, saúde, bem-estar e alimentação. A feira será realizada das 15h às 19h.

scroll to top