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49% dos pequenos empreendedores brasileiros são negros

CalculatingEm dez anos, o número de donos de negócios que se declararam negros cresceu 29%

Redação Correio Nagô – Quase metade (49%) das micro e pequenas empresas brasileiras são comandadas por empreendedores negros. A informação é do levantamento realizado pelo Sebrae, com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD). A maior concentração dos negros donos de negócios está na região Nordeste, somente na Bahia estão 12% do total do país.

De acordo com a pesquisa, de 2001 a 2011, a quantidade de empreendedores negros cresceu 29%. Já entre os que se declaram brancos, o crescimento foi de 1%. O crescimento elevou a participação dos negros de 43% para 49% no segmento das micro e pequenas empresas – aquelas que faturam até R$ 3,6 milhões por ano.

“Estamos falando de mais de 11 milhões de empreendedores, cerca de 60% deles chefes de família”, constata o presidente do Sebrae, Luiz Barretto. Para ele, no entanto, iniciar ou formalizar um negócio próprio é apenas o primeiro passo: “o mais importante é capacitar esses gestores para que suas empresas possam crescer de forma sustentável e aumentar o faturamento”, conclui.

Além de empreenderem em maior número que no passado, os empreendedores afrodescendentes apresentaram também um aumento de escolaridade, segundo apontou o estudo realizado pelo Sebrae.

Apesar de ainda possuírem menos tempo de estudo do que os brancos, o nível escolar desse público teve um crescimento de 41% nos dez anos analisados, enquanto que entre os brancos o aumento foi de 17%.

Entre a totalidade dos empreendedores afrodescendentes – 71% representados pelo público masculino -, a escolaridade passou de 4,4 anos de estudo para 6,2 anos na última década analisada.

Ainda é grande a defasagem do faturamento médio dos donos de negócio negros e brancos, mas em uma década o rendimento dos empreendimentos comandados por afrodescendentes cresceu 70%, ante 37% dos demais.

Entre 2001 e 2011, o rendimento médio real desses negócios passou de R$ 612,00 para R$ 1.039,00 por mês, enquanto no grupo dos empresários da raça branca a expansão foi de R$ 1.477,00 para R$ 2.019,00 mensais.
“A desigualdade ainda existe, mas a melhora da escolaridade e do rendimento aponta para uma situação mais favorável no futuro para os negros que estão no empreendedorismo”, destaca o presidente do Sebrae.

O Comércio e a Agricultura são os setores que mais têm proprietários de empresas que se declaram negros, ambos com 23% de participação. Os demais se distribuem entre os setores de Serviços (21%), Construção (19%) e Indústria (10%).

 

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