Festival Beirú das Artes Negras ocupa o bairro com oficinas, intervenções urbanas, giras temáticas e apresentações no Teatro da UNEB, de 3 a 27 de novembro

O Cabula, bairro marcado por histórias de resistência e ancestralidade, volta a pulsar com a força da arte negra. De 3 a 27 de novembro, o Festival Beirú das Artes Negras (FESTBAN) realiza sua 6ª edição, reafirmando o território como espaço de memória, criação e circulação da arte negra em Salvador.

Promovido pelo Instituto de Formação em Arte (IFÁ), por meio do núcleo artístico PAÓ, o festival celebra o Mês da Consciência Negra com uma programação gratuita que integra formação, diálogo comunitário e apresentações artísticas. Serão 24 dias de atividades que unem artistas, estudantes e moradores em torno da valorização da cultura afrodiaspórica.

Arte, formação e ocupação do território

Nesta edição, o FESTBAN contempla 11 linguagens artísticas — Dança, Teatro, Música, Percussão, Capoeira, Artes Visuais, Poesia, Circo, Performance, Moda e Audiovisual — com 21 artistas e grupos selecionados. As ações se espalham por espaços públicos do Cabula, escolas estaduais e o Teatro da UNEB.

O festival também leva oficinas artísticas a 22 escolas públicas estaduais da região, nos turnos matutino e vespertino. Cada unidade recebe uma oficina de duas horas, aproximando crianças e jovens das linguagens artísticas e fortalecendo o acesso à formação cultural nas periferias.

A programação segue com a Mostra Rua, que promove intervenções artísticas em praças e largos do Cabula; as Giras Temáticas, com palestras e rodas de conversa no Teatro da UNEB; e a Mostra Palco, uma grande celebração da cena artística local, com apresentações abertas ao público.

Memória e resistência

Idealizador e diretor artístico do festival, Robson Correia destaca que o FESTBAN é mais do que um evento: é uma ação política e cultural que mantém viva a história de resistência negra.

“Esse festival potencializa, difunde e fomenta as artes afrodiaspóricas presentes na periferia, além de homenagear o negro Beiru, vindo das terras de Oió, na Nigéria, que foi escravizado em Salvador, mais especificamente na fazenda dos Garcia D’Ávila, conhecida como Campo Seco — hoje o bairro Beiru/Tancredo Neves. É também uma forma de manter vivo o legado de resistência das nossas ancestralidades”, afirma Robson.

O FESTBAN reforça o compromisso do IFÁ com a formação artística como ferramenta de transformação social, valorização da memória e fortalecimento da identidade negra nas comunidades.

Serviço

FESTBAN VI – Festival Beirú das Artes Negras
📍 Cabula – Salvador (BA)
📅 3 a 27 de novembro
💰 Programação gratuita
📲 Mais informações: @ifa.arte

Programação:

• Oficinas Artísticas (11 linguagens) – 3 a 14/11, em 22 escolas estaduais da região, nos turnos da manhã e tarde.
• Mostra Rua – Intervenções Urbanas – 18 a 22/11, em praças e largos do Cabula.
• Giras Temáticas – Palestras e Rodas de Conversa – 25/11, no Teatro da UNEB (9h às 12h e 14h às 17h).
• Mostra Palco – Apresentações Artísticas – 26/11, no Teatro da UNEB, a partir das 15h.

Sobre o IFÁ

O Instituto de Formação em Artes (IFÁ) é um espaço dedicado à formação artística e à valorização da cultura afrodiaspórica, com foco na qualificação inicial e continuada. O instituto compreende a arte como ferramenta de mobilização, reflexão e transformação social, sendo uma aliada no combate ao racismo e à desigualdade.

O FESTBAN VI é uma realização do IFÁ, com apoio do Edital nº 8/2024 – Fomento a Festivais e Grupos Artísticos, e financiamento do Governo do Estado da Bahia, por meio da SecultBA, via Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura (PNAB), do Ministério da Cultura – Governo Federal.