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70 anos de nascimento de Bob Marley

Bob Marley II

O dia 06 de fevereiro de 2015 marca os 70 anos de nascimento de um dos maiores ícones da arte e do pensamento negro no mundo: Robert Nesta Marley, imortalizado como Bob Marley, a maior referência do reggae e um dos divulgadores da cultura pan-africanista através da sua música e de sua atitude. Nascido na Jamaica, o artista faleceu em 1981, mas a sua música se popularizou pelo planeta. Um dos responsáveis por introduzir as canções de Bob Marley no Brasil foi Gilberto Gil, ainda na década de 1970. Depois dele, muitos artistas e bandas tomaram como referência a mensagem de paz e de libertação trazida por Marley.

 

 

 

 

 

“Hoje temos 172 bandas de reggae na Bahia, além de blocos de reggae e casas na periferia para tocar a música que nasceu em Ghana e se popularizou para o mundo, a partir da Jamaica e da força de Bob Marley e outros grandes artistas”, explica a produtora cultural Jussara Santana, que criou a Aspiral do Reggae. “Somos mais que uma banda, desenvolvemos ações socioculturais e artísticas e participamos do carnaval com o bloco Aspiral do Reggae, desde 2004”.

KamaphewNo carnaval 2015, o bloco desfilará na segunda-feira, saindo da Rua Chile em direção ao Campo Grande, com mil associados, sob comando do músico Kamaphew Tawá & banda Aspiral do Reggae. O bloco homenageará Bunny Wailer, um dos integrantes originais da The Wailers, banda que acompanhou Bob Marley durante sua carreira e que tinha outros nomes como Peter Tosh e Rita Marley. “Com o reggae afirmamos nossa forma de viver, nossa filosofia e realizamos a transformação”, acredita Santana.

Kamaphew Tawá

 

Samba Reggae – Quando em 1979, Bob Marley cantou a Redemption Song (Música da Redenção)e conclamou o povo negro alibertar-se da escravidão mental (Emancipate yourselves from mental slavery), a sua mensagem encontrou um terreno fértil aqui na Bahia, cultivado pelo movimento dos primeiros blocos afro, criados na mesma década, e com a mesma ideologia do artista jamaicano: promover a autoestima dos negros, a partir da libertação mental e da valorização da cultura de origem africana. “Em 1974, foi criado o Ilê Aiyê e em 1979, o Olodum. No mesmo ano fundamos aqui no Pelô o Bar do Reggae, contribuindo para popularizar a música de Bob Marley, que influenciou a todo o movimento cultural negro desta cidade”, lembra Albino Apolinário, produtor cultural do Pelourinho, que há dez anos comanda no Carnaval, Reggae, o Bloco, dando continuidade ao trabalho de difusão da música jamaicana na folia de Momo. “Bob Marley, em suas músicas, chamava o negro para se libertar da pior prisão que é a mental, nos livrar da lavagem cerebral que fizeram no processo de escravidão”, ressalta Apolinário.

Bob Marley

Reggae, o Bloco desfilará na quinta-feira, 12/02, também da Rua Chile, com muitas atrações do ritmo, mas também de outros gêneros musicais. “Vamos homenagear os 35 anos do samba reggae, criado aqui no Pelô, fruto da junção dos tambores africanos, com a bateria e o baixo do reggae, que tem o pulsar do coração humano. Assim como o reggae, o samba reggae é uma música de transformação e vem fazendo a sua parte nesta revolução cultural negra”, destaca Allbino Apolinário. No desfile de Reggae, o Bloco, a banda Dissidência, receberá como convidados os artistas: Thomé Vianna,  Kamaphew Tawá  e Sergio Reverbação, além dos  Djs: Ras Peú & Woston do Reggae e as participações especiais de  Paulinho Ganaê e Afro Jhow.

Homenagens – Salvador, a cidade que instituiu o Dia Municipal do Reggae (11 de maio), e uma Lei que estabelece políticas públicas de difusão da cultura reggae, não deixaria de celebrar a referência maior deste ritmo pela passagem dos 70 anos de seu nascimento. Neste sábado, 07/02, o projeto Reggae, Esquentando para o Carnaval, promete muita música e homenagens a Bob Marley e a personalidades que defendem a cultura negra. Será no Largo Tereza Batista, a partir das 19h, com entrada franca.

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