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Engajamento no combate aos crimes de racismo tem crescido nas redes sociais.

Na favela, o uso e a apropriação  da internet e das novas tecnologias da comunicação significa a visibilidade do jovem de origem popular, geralmente estigmatizado e desconhecido na cidade. É o que acredita Jorge Barbosa, geógrafo e coordenador geral do Observatório de Favelas. “É uma possibilidade formidável de ampliação de sua experiência de tempo/espaço, uma vez que sua mobilidade urbana na comunidade é reduzida e constrangida por situações econômicas, sociais e raciais”.

Segundo o IBGE, 34 milhões de brasileiros entre 15 e 24 anos têm convivido com uma maior apropriação das tecnologias de comunicação através da internet. Está cada vez mais acessível produzir um vídeo, postá-lo no YouTube, criar um blog, ter uma página pessoal no Facebook e expôr suas opiniões, projetos e ideologias. O uso da internet e das redes sociais estão também associados à exposição de ideias e liderança de movimentos e de coletivos ligados a uma cultura de liberdade, em que o jovem se apropria da tecnologia como dispositivo de autonomia, afirmação de suas identidades e ideologias.

Na última década, a interação e participação da juventude em causas sociais tem crescido consideravelmente. Um dos motivos para esse aumento se deve a maior acessibilidade à internet e ao uso das redes sociais, aumentando a possibilidade do encontro entre pessoas engajadas em um mesmo assunto e também abrindo espaço para militância na web. Um dos exemplos é  como a internet, principalmente as redes sociais, contribuíram para dar mais atenção à discriminação racial.  Em março de 2011, o pastor da  Assembléia de Deus  e  deputado federal  brasileiro eleito pelo  Partido Social Cristão  (PSC), Marco Feliciano, postou em sua conta no Twitter frases de cunho racista, como “africanos descendem de ancestral amaldiçoado por Noé” e que “a maldição que Noé lança sobre seu neto, Canaã, respinga sobre continente africano, daí a fome, pestes, doenças, guerras étnicas”, entre outros. Em 2013, Feliciano foi eleito presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da  Câmara dos Deputados do Brasil  e desde então começou as denúncias contra Feliciano nas redes sociais. Também foram organizados, virtualmente, protestos de repúdio ao deputado em diversas cidades do
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