Faço aqui um convite para uma breve reflexão sobre o racismo e os casamentos interraciais. Por onde começar uma discussão tão séria, tão delicada e tão polêmica? Eu escolhi um caminho, espero que tenha acertado. Optei em não apresentar dados estatísticos e nem fatos históricos. A proposta aqui é expor um ponto de vista, dialogar e provocar uma reflexão.
Paixão à primeira vista é para os fracos.
As pessoas mais românticas do que eu podem achar um absurdo discutir os relacionamentos “dos outros”. Podem até dizer que o amor é cego, afirmar a existência de uma química perfeita entre as uniões afetivas ou que quando o cupido escolhe, não adianta fugir. Estão em busca da “outra metade da laranja”, “tampa da panela” e de príncipes e princesas encantadas.
O papo aqui é sério. É sobre racismo, mas poderia ser sobre as questões sociais, machismo, religião ou escolaridade e tantas outras coisas que podem colaborar ou atrapalhar o relacionamento “a dois”. A livre união entre as pessoas no Brasil não deve estar desassociada dessas questões. Esses sentimentos e as diversas questões estão presentes em todo tipo de casal.
Passaporte Branco
Será que o racismo “molda” o interesse de um negro ou negra quando faz a opção por um relacionamento/casamento interracial?
Logo veio a lembrança de uma antiga frase: “ Branca para casar, mulata para fornicar, negra para trabalhar ”. Segundo Gilberto Freyre, esse ditado era bastante popular em sua época e traduzia a função das mulheres na sociedade brasileira.
Lembrei também do “passaporte branco”, que é um termo utilizado por um militante do movimento negro para falar sobre os relacionamentos interraciais em que a ascensão social deve ser carimbada ou “premiada” com um/uma parceiro branco. Para que? Para mostrar à sociedade que se está bem de vida. Conta bancária e diploma não chamam tanta atenção quanto passear de mãos dadas com uma gente considerada “bonita”. Aquela gente parecida com as apresentadoras de programas infantis.
Mania Nacional
Ao ler sobre a quase ausência dos técnicos de futebol, cujo link indico no final deste, deparo-me com um texto arquivado desde dezembro