Ao total foram cinco premiações conquistadas pelo Rap na noite de premiação do VMB, prêmio da MTV para os melhores artistas do ano de 2012. Confira quais foram os grupos que levaram premiação.
O Rap brasileiro conquistou, na noite dessa quinta, 20, um espaço de destaque na mídia nacional com premiação Vídeo Music Brasil (VMB) do canal MTV. O rapper paulista Projota, por exemplo, levou o prêmio na categoria Revelação. Projota começou a ganhar notoriedade nas Batalhas de MCs, onde venceu quatro vezes a Batalha da Santa Cruz e três vezes a Rinha dos MC. Em sua estréia, Projota lançou um EP intitulado de Carta Aos Meus, em 2009, seu segundo trabalho foi a mixtape Projeção lançada em 2010.
Seu último trabalho foi a mixtape Não Há Lugar Melhor no Mundo que o Nosso Lugar. No inicio deste ano, o artista que recentemente fez uma junção com seus amigos e também Mc’s, Emicida e Rashid, um projeto nomeado de Os Três Tenores, e fez diversas turnês pelo Brasil. Para quem quiser escutar o som do Projota, é acessar o link www.vagalume.com.br/projota/
Foto: divulgação
Na categoria Melhor Disco, o premiado foi B.Negão e Seletores de Frequencia com o disco “Sintonize lá”. B.Negão tornou-se conhecido como vocalista da banda de rap brasileira Planet Hemp. O rapper dividiu por anos o palco com o também vocalista, Marcelo D2. O Planet, que também tocou na noite de entrega dos prêmios, está de volta este ano com um novo álbum. Para quem quer saber mais sobre B. Negão, ouça o programa Ação Periferia, com o artista. http://soundcloud.com/acaoperiferia/a-o-especial-b-neg-o#new-timed-comment-at-2708328
Outro grande nome do Rap que levou o prêmio na categoria Artista Masculino foi o Criolo. Em 2006, o rapper lançou seu primeiro álbum, Ainda Há Tempo e fundou a “Rinha dos MC’s” existente até hoje. Ela abriga batalhas de freestyle, shows semanais, exposições de graffitti e fotografias. Para comemorar seus vinte anos de carreira, Criolo gravou um DVD ao vivo na Rinha dos MC’s, Criolo também gravou recentemente o Clipe “Que Bloco é Esse” , com o Ilê Aiyê. Em seu ultimo show na capital baiana, Criolo fez questão de homenagear o artista cultural Dois Mundos, falecido esse ano em Salvador. Veja artigo na rede Correio Nagô.
Com a música “Dedo na Ferida”, Emicida conquistou o prêmio Música do Ano. A canção premiada lhe rendeu uma prisão após um show em Belo Horizonte, por suposto “Desacato a Autoridade”. O nome “Emicida” é uma fusão das palavras “MC” e “homicida”. Por causa de suas constantes vitórias nas batalhas de improvisação, seus amigos começaram a falar que ele era um “assassino”, e que “matava” os adversários através das rimas.
Mais tarde, o rapper criou também uma conotação de sigla para o nome: E.M.I.C.I.D.A (Enquanto Minha Imaginação Compor Insanidades Domino a Arte). Seu primeiro trabalho na Mídia, foi o single Triunfo, acompanhado de um vídeo clipe, que teve mais de 2 milhões de visualizações no YouTube. O rapper possui também sua própria gravadora independente, a Laboratório Fantasma. Em fevereiro de 2010, seu segundo trabalho foi o EP com o título Sua Mina Ouve Meu Rep Tamém. Em setembro do mesmo ano, foi lançada a também mixtape Emicídio. Emicida é considerado o Jay-Z brasileiro.
Foto: Uol
Outra destaque da noite foi o nome dos Racionais Mcs, que voltam a ganhar um prêmio com o clipe Mil Faces de Um Homem Leal – Marighella. Os caras deram um show no palco do Espaço das Américas, no encerramento do evento. Em entrevista a MTV Mano Brow conta que o clipe foi produzido, tentando trazer ao máximo, a real historia do Carlos Marighella, e que o local escolhido, a Ocupação Mauá, foi feita para fazer justiça a luta do Marighella, por reforma agraria e moradia. Assista a entrevista completa aqui.
Usando a linguagem da periferia, com expressões típicas das comunidades, Mano Brow, Edi rock, Ice Blue e Dj KLjay, fazem um discurso contra a opressão à população marginalizada na periferia e procuram divulgar uma postura contra a submissão e a miséria.
Pelo visto o rapper vem ganhando realmente o espaço merecido na grande mídia, mostrando que as comunidades de periferia têm muito a dizer por meio de prosas e versos.
Por Enderson Araújo, correspondente do CORREIO NAGÔ em Salvador