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O apelo da dona de casa Valdemira não foi suficiente para um policial militar não atirar em Luís Wagner dos Santos Anunciação, 29 anos, com deficiência mental. Segundo a mãe da vítima, ela gritou que o filho dela era trabalhador, mas o agente baleou o jovem com uma escopeta de calibre 12. O disparo aconteceu no bairro da Fazenda Grande II, na noite da terça-feira (27). De acordo com informações divulgadas pelo jornal Correio, Luís está internado no hospital Jaar Andrade em estado grave.
No dia do ocorrido, a família afirma que havia oito policiais em duas guarnições. Os parentes do rapaz não sabem o nome do autor do tiro, mas, conforme o jornal Correio, eles informaram que os agentes da polícia estavam em uma viatura de placa NZT-2067 e que o grupo era comandando pelo tenente Amorim. “Inocente, meu filho foi com uns amigos ver o trabalho dos policiais, foi quando eles foram para cima e todos correram”, disse a mãe para o Correio.
O empacotador recebeu o tiro após chegar do Atacadão Sul, local onde trabalha há cerca de três meses. Testemunhas contam que Luís estava na frente de um prédio enquanto a PM fazia ronda no local. Segundo o Bahia Política, já baleado, o jovem tentou impedir que o autor do disparo entrasse no prédio, mas o policial conseguiu imprensá-lo na parede. Quando a mãe ouviu o agente dizendo ao filho dela “vou matar você, vou matar você, ela gritou que ele era trabalhador e deficiente mental. Após ter cometido a ação, o PM disse: “‘Pô velho, por que você correu? Não era para você ter corrido’”, contou a promotora de vendas Meiriele Portugal, 37 anos, para o jornal Bahia Política.
Luís foi levado para o hospital Jaar Andrade. “‘A médica disse que meu irmão tinha oito perfurações. Então, fui ao policial que atirou e perguntei por que ele fez isso, mas ele ficou calado. Então, o tenente me disse que o colega dele atirou apenas uma vez, que as perfurações foram feitas pelas esferas que ficam no cartucho da munição”, comentou, para o Bahia Política, Valquíria dos Santos Anunciação, 32 anos, irmã da vítima.
Familiares da vítima foi denunciar ontem (28) o ocorrido na Corregedoria da Polícia Militar, que instaurou um Inquérito Policial Militar (IPM) com o objetivo de apurar os fatos. Segundo o site Bahia Notícia, a Polícia Militar afirmou, em nota, que os policiais envolvidos no caso estão preventivamente afastados até o fim das investigações.