Redação Correio Nagô*
O ex-diretor do Instituto de Radiodifusão da Bahia (IRDEB), Pola Ribeiro, é o novo secretario de Audiovisual do Ministério da Cultura (SAV-Minc). Em entrevista cedida ao Portal Correio Nagô (CN), o cineasta diz que o rumo da Secretaria “vai ao encontro dos projetos iniciados por Gilberto Gil”, ministro da cultura na gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo o novo secretário, um dos grandes desafios dele será reforçar a relação entre a SAV e a Agência Nacional de Cinema (Ancine). Mas, acredita que vai conseguir atingir o objetivo, porque o nome dele foi bem aceito pela Agência. “Vamos trabalhar para produzir e aumentar o conteúdo feito para as TV´s e canais públicos”, salientou.
O jornalista e mestrando em comunicação Pedro Caribé acredita que Pola Ribeiro, “por sua trajetória”, tenha um grande potencial para fazer mudanças que colaborem para a produção audiovisual feita pelos negros. Segundo Pedro, a Ancine (Agência Nacional de Cinema) e a TV Brasil, criadas como medidas que visam aumentar a autonomia da gestão do recurso público a ser investido nas produções audiovisuais, não valorizam o recorte racial. “Os editais, as políticas públicas que beneficiam os produtores negros são insuficientes, pífios em relação ao grande número de produções que são feitas pela comunidade negra”, declara para o CN.
O cineasta baiano Antonio Olavo comemorou a nomeação de Pola Ribeiro para a SAV. “Pola provou que é um bom gestor, capaz de ouvir e se articular. O seu histórico de valorização da cultura negra mostra que ele vai ter um olhar diferente na Secretaria, o que será capaz de trazer benefícios para os produtores afrodescendentes”. Olavo acredita que Pola Ribeiro vá se aproximar mais da Ancine e também seja capaz de criar medidas de descentralização das políticas de investimento que beneficiam, sobretudo, o eixo Rio – São Paulo e, assim, possa levar também recursos para outras regiões, comentou para o CN.
Pola Ribeiro
Pola Ribeiro é comunicólogo, jornalista, cineasta e produtor. No total, produziu cincos filmes, dentre eles, Por Exemplo (1977), que foi premiado no 5º Festival Brasileiro de Curta Metragem Jornal do Brasil/Shell . Em 2011, lançou o drama Jardim das Folhas Sagradas, que trata sobre preconceito e intolerância racial. Com o objetivo de registrar a história do acarajé, Pola produz o documentário Axé do Acarajé.
Esteve à frente do IRDEB por oito anos, entre- 2007 – 2014, sendo o gestor que ficou por mais tempo como diretor do órgão. Levantando a bandeira da democratização da comunicação, no ano passado (2014), ele se desligou do Instituto para concorrer ao cargo de Deputado Estadual pelo PT baiano.
Foi presidente e vice-presidente da Associação Brasileira das Emissoras Públicas, Educativas e Culturais, membro do Conselho Consultivo da Secretaria Nacional do Audiovisual do Ministério da Cultura e do Conselho Superior de Cinema e do Conselho Estadual de Comunicação.
* Taciana Gacelin