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Chacina: 13 mortes em ação sangrenta da PM baiana

Foto I TV Bahia

Foto I TV Bahia

Redação Portal Correio Nagô*

A violência ocorrida na madrugada desta sexta-feira (06/02), na Estrada das Barreiras, em Salvador, resultou no assassinato de treze pessoas e cinco ficaram feridas. As mortes aconteceram durante troca de tiros entre policiais e suspeitos de assalto na Vila Moisés, no Cabula. Segundo o A Tarde, o tiroteio começou após policiais receberam a informação de que um grupo formado por cerca de 30 pessoas assaltaria uma agência bancária da região. Um policial saiu ferido. Todos os corpos encontrados são dos suspeitos.

Para o advogado José Raimundo, estes casos de mortes revelam que o estado, por meio da força policial, polícia está contra a juventude negra. Para ele, a maneira de alegação destes policiais, quando eles matam, é buscar a defesa pelos autos de resistência, medida criada na Ditadura Militar que inocenta os agentes que cometem homicídios no momento de confronto com supostos suspeitos. “É impossível acreditar que na troca de tiros, em uma mata fechada, e com os acusados fortemente armados, como dizem os agentes, nenhum policial ser morto”, afirma.

O internauta Rogério Castro, em comentário feito na matéria do jornal A Tarde, define o ocorrido na madrugada de hoje como chacina. “O nome disso é CHACINA. Chacina contra pobre, preto, favelado, morador da periferia; somente uma imprensa cega, que reflete o nível geral intelectual das faculdades de Jornalismo, não vai ao local apurar o fato e constatar o óbvio: como é que um tiroteio tem saldo de 13 x 1. Isso se chama CHACINA!”, comentou.

Faltam menos de dez dias para o início do Carnaval e dados sobre o índice de violência na cidade de Salvador continuam sendo ruins para a imagem da capital. De acordo com informações divulgadas pelo A Tarde, o governador Rui Costa afirmou que o caso [ocorrido na Estrada das Barreiras] não vai prejudicar a Bahia no que diz respeito à atração de turistas para a festa. A ex-coordenadora do Centro de Comunicação, Democracia e Cidadania (CCDC), Clarissa Viana, definiu o argumento do governador da Bahia como insatisfatória. “Segundo o governador, a cidade não vai ter problemas para receber turistas porque eles ‘vêm de São Paulo’, uma cidade onde os índices de arrombamento e assalto a banco são altos. É óbvio que os turistas são os últimos a sofrer com o problema da violência; é a juventude, em sua maioria negra e de baixa renda, a principal vítima, concluiu.

O secretário de Segurança Pública (SSP), Maurício Barbosa, informou, defendendo os policiais, que o estado tem que combater a criminalidade. “A resposta é essa. O estado tem que atuar de forma enérgica no combate a criminalidade e ao crime organizado. Defendo muito a vida dos meus policiais, o que importa é a vida dos policiais e da sociedade”, informou para o A Tarde.

Segundo o A Tarde, Arão de Paula Santos, de 23 anos, Luan Lucas Vieira de Oliveira, de 20, Elenilson Santana da Conceição, de 22, e o adolescente L.M.B, de 15 anos, foram identificados como envolvidos no caso.

 

Versão da PM                                             

Em nota divulgada para o A Tarde, a Polícia Militar (PM) diz que os suspeitos vestiam uniformes do Exército, carregavam armas de fogo e estavam em carros e bicicletas. Conforme a Polícia, os acusados começaram a atirar nos agentes quando perceberam a presença deles. A PM informou para o G1 que, durante a ação, foram apreendidas 16 armas, drogas e munição.

Atualização (18:06):  A ONG Anistia Internacional publicou uma nota pedindo que se  realize “uma investigação minuciosa, independente e célere da operação policial da Rondesp (Rondas Especiais) da Bahia que provocou a morte de 13 pessoas, sendo três pessoas feridas, incluindo um policial, no bairro Cabula, em Salvador“. A instituição pede também as autoridades tomem todas as medidas necessárias para garantir a segurança imediata dos moradores e proteger testemunhas e os sobreviventes.”

 

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