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Julho das Pretas reúne intensa programação e debates

Programação do Julho das Pretas no ar

Julho é o mês da celebração da luta e da resistência da mulher negra. Marcadamente, o dia 25, representa o Dia Internacional da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha. Durante todo o mês, núcleos e coletivos articulam entre si, campanhas de cultura, identidade e empoderamento dessas mulheres. E a Bahia, estado que possui o maior número de negros em sua população, não poderia ficar de fora. São ações que debatem a representação da mulher negra, através de seminários, exibições de documentários, shows, feiras, workshops e rodas de conversas.

É de senso comum que a cultura afro-brasileira é transmitida dos mais velhos através da oralidade. E dessa maneira, as anciãs da Irmandade da Boa Morte, sediadas em Cachoeira, abrem a programação de encontro do Mês das Pretas, no debate sobre o fortalecimento e preservação cultural da centenária irmandade, realizado, na tarde desta quarta-feira, no Centro de Referência Nelson Mandela (Centro de Salvador). O mote do encontro destacou o legado dos primeiros passos da força da mulher negra desde o período escravagista. A irmandade preta que se reuniu com o objetivo de dar liberdade aos seus e, através da religião, dignificar o momento da morte daqueles que, em vida, não poderiam ter direito a liberdade.

Na ocasião, a pesquisadora Rose Mary Oliveira, aproveitou para apresentar o curta-metragem Viver (Boa) Morte (2010), dirigida por Eduardo Gomes e reafirmou a “tomada de posse”, segundo ela, do dia 25 de julho. “É o dia que nós, mulheres negras, tomamos para comemorar, lutar e entender o que precisamos conquistar. Reconhecemos avanços, mas não absolutos, precisamos caminhar para atingir a equidade de gênero e raça”, desabafou.

Foto-Fabiana-GuiaCN

A programação se estende até o final do mês e um dos núcleos de referência é o Instituto Odara que preparou atividades que teve início no último sábado, 11/07, no Recôncavo Baiano, com o Turismo Étnico Quilombola Santiago do Iguape, realizado pelo grupo Mulheres do Calafate, e se estende até dia 31, com a Noite das Prestas, em Camaçari, idealizado pela Associação Cultural Zimbabwé. As comemorações estão sendo realizadas em parceria com organizações, como o Instituto Cultural Steve Biko, Flor de Lotus, Sindoméstico, Amuleto e espaços culturais baianos, como o Teatro solar Boa Vista, o Espaço da Barroquinha, Terreiro Oxumarê, entre outros. São ações de suma importância para entender o papel da mulher negra na sociedade. “A intenção é colocar as mulheres negras em alerta, juntas. Discutindo, refletindo, debatendo sobre a sua colocação na sociedade. Seja falando sobre a sexualidade, ou sobre a participação política, e os avanços e perspectivas no pano social, econômico e cultural”, explica, Valdecir Nascimento, coordenadora executiva do Instituto Odara, organização negra feminista, que age no processo de inclusão sociopolítica e econômica das mulheres negras na Bahia, em entrevista ao Portal Correio Nagô sobre a programação do Mês das Pretas.

Vale ressaltar que a promoção dessas atividades mantém o debate latente sobre a questão, e em datas como o dia 25 julho as ações se intensificam. A última articulação ocorreu concomitante ao 13 de maio, quando a Rede de Mulheres Negras da Bahia promoveu a 1ª edição da Marcha de Mulheres Negras da Bahia Contra o Racismo e a Violência e Pelo Bem Viver, com nova edição agendada para o dia 18 de novembro, como parte do Novembro Negro.

Confira a programação completa divulgada pela Secretaria de Promoção da Igualdade Racial-Sepromi Clique Aqui

Da Redação do Correio Nagô

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