Por Donminique Azevedo
Na última terça-feira (01), durante o “Encontros & Africanidades – Cultura e Empoderamento”, o Portal Correio Nagô conversou com Lellêzinha, Diogo Breguete, Hiltinho, Pablinho e Rafael Mike, integrantes do Dream Team do Passinho.
O grupo, que já se apresentou no Carnaval de Salvador e no Réveillon de Copacabana, marcou presença também na abertura das Olimpíadas de 2016. Fruto da parceria inédita com Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA da ONU Brasil), os jovens cariocas criaram música e coreografia para campanha “Mais direitos, Menos Zika”.
Confira a entrevista:
Correio Nagô – Tocar em Salvador é diferente? Qual a sensação?
Lellêzinha – Em 2014, participamos do Carnaval de Salvador. Dançamos com a Daniela Mercury durante sete horas. Já no Carnaval, a gente sentiu a energia, ficamos uma semana e já pensávamos em voltar. A gente diz que aqui é nossa segunda casa porque parece que a gente conhece todo mundo, todo mundo é uma família.
Rafael Mike – E é o lugar que a gente tem mais fãs. A nossa diretora de comunicação buscou nas estatísticas. [risos]
Correio Nagô – Como tem sido a experiência de participar do “Encontros & Africanidades”?
Lellêzinha – Eu já vim aqui em outros eventos para fazer palestras e shows. Participar do Encontros & Africanidades representa muito porque a gente virou referência seja na dança, na consciência, na nossa representatividade e naquilo que a gente se tornou pela nossa cultura que é o passinho, a favela do Rio de Janeiro. Juntando isso à consciência do baiano é incrível. Eu estava vendo uma matéria do Lázaro Ramos que dizia justamente isso. Que estamos cada vez mais conscientes. O Dream Team vem ajudando com a nossa música, com a nossa mensagem, com a nossa dança.
Correio Nagô – O trabalho do Dream Team do Passinho, inclusive, aborda questão da diversidade…
Lellêzinha – O nosso disco Aperte o Play fala sobre nossa vida, trajetória, sonhos, do nosso público e que uma parte é gay. Tem duas músicas que falam sobre isso: “Batom com Batom” e Kiss Me”.
Correio Nagô – Vejo que muitas crianças também acompanham o Dream Team. Como é ser essa referência para o público infantil, considerando que no trabalho do grupo são abordadas questões ligadas à igualdade de gênero?
Rafael Mike – Como a Lellê falou, nossa responsabilidade é muito grande. São questões muito importantes, então a gente entende que pode ser um mecanismo muito bom para contribuir para essa nova geração. Isso aconteceu conosco quando escutamos Racionais, Sabotage, Gilberto Gil, quando a gente viu o Michael Jackson tirando onda se expressando com o corpo. Desconstruir é muito importante e sério.