Com o tema ‘Uma Alvorada para as mulheres’, o Bloco Alvorada leva para avenida, na sexta-feira de Carnaval, o protagonismo feminino no campo cultural e em diversas áreas do conhecimento.
A sambista e historiadora Juliana Ribeiro estreia no pioneiro bloco do gênero da Bahia. Participam ainda Roberto Mendes, Gal do Beco, Raimundo Sodré, Aloísio Menezes, Rogério – Grupo Bambeia e ala de canto integrada por Marco Poca Olho, Arnaldo Rafael, Valdélio França, Ubiraci Bira (Negros de Fé), Tiago (Grupo Relicário Samba Meu) e Romilson (Grupo Partido Popular) vão se juntar também ao sambista Reinaldo – O príncipe do pagode também como convidado.
“Estou ensaiando muito e alterando meu repertório para essa representação importante. Falar do empoderamento feminino é falar da rotina da mulher que cuida do filho, da casa que tem sua carreira profissional e ainda está linda no final do dia. O público do Alvorada é assim. Sem contar a responsabilidade de dividir o trio com artistas que admiro e que são referências. Pensamos o samba com o mesmo cuidado e carinho”, contou Juliana.
Com uma camisa assinada pelo artista plástico Mundão, os três mil foliões cairão no samba, valorizando a personalidade feminina, o empoderamento e a luta pela igualdade de direitos e respeito.
Mesmo após 42 anos de desfile na folia, a sensação de fazer carnaval para quem gosta do genuíno samba é a mesma para o presidente do Alvorada, Vadinho França. “Há 15 dias da festa, a ansiedade toma conta. A experiência aumenta a responsabilidade. Não podemos errar por conta da nossa trajetória, em respeito ao associado e aos nossos artistas que são ícones de todas as vertentes do samba”, afirma.
A fantasia está à venda na sede do bloco (na Ladeira da Independência, nº 68 – sala 202, Gravatá) e nos balcões do Samba Vivo, dos shoppings Liberdade e Piedade. Os interessados também podem encontrar o Alvorada na internet pelo site www.alvorada.org.br ou acessar as redes sociais disponíveis no endereço eletrônico. Mais informações: 3322 3684 ou 3321 3675
ANOS DE HISTÓRIA
Criado em 1975, por jovens estudantes do Colégio Severino Vieira, o bloco é um dos patrimônios culturais da Bahia. Como o primeiro bloco dedicado exclusivamente ao samba, desde 1975 tem contribuído para a permanência do ritmo na programação do carnaval, além de estimular o surgimento de outras agremiações.
Alguns dos fundadores são filhos de Valdomiro França, que liderou o Vai Levando, que chegou a reunir quase 5 mil homens nas décadas de 1950 e 1960. Entre os filhos do famoso França está Válter Aragão França, o Mestre Prego, falecido em 2010 e um dos responsáveis pela percussão do Alvorada, ao lado de Mestre Jacob e o Mestre Neguinho do Samba, que anos depois criaria o ritmo samba reggae, fundamental para a música contemporânea da Bahia .
Em paralelo ao trabalho no período festivo, o Alvorada desenvolve ações sociais no bairro do Gravatá, onde está sua sede como capacitação de jovens, em parceria com os poderes municipal e estadual.
Da Redação