Por A.C. Ferreira
Segundo Milton Santos (2000) o apogeu da internacionalização do mundo capitalista se dá com a globalização. Com o avanço das tecnologias de informação, sobretudo a internet, a globalização se intensifica e as empresas constroem marcas globais e conquistam mais mercados (CHLEBA, 1999). Esse mercado global repleto de empresas com sucursais ao redor do mundo, oferece oportunidades de emprego que exigem o domínio de idiomas. Visando a preparação para usufruir dessas oportunidades, compartilho opinião sobre estudo de idiomas, com base na minha experiência pessoal de estudo e ensino de línguas estrangeiras.
Qual escola?
Estudei inglês em uma escola de línguas de Salvador, espanhol em uma escola no Brasil e outra no exterior, francês em duas escolas no Brasil e uma no exterior. Os métodos eram diferentes e eu penso que, existem escolas ruins e escolas boas, com distintas metodologias e cada aluno se adapta mais a uma ou a outra. É interessante escolher uma escola que combine, na medida do possível, um padrão mínimo de qualidade (organização, qualidade do corpo docente, compromisso com o ensino), valor compatível com o seu orçamento, localização conveniente e cujo método atenda à necessidade de aprendizagem seja expatriação ou viagem a trabalho, ler textos técnicos, manter contato com clientes/fornecedores estrangeiros ou estudar numa faculdade estrangeira. As instituições de ensino superior públicas e privadas costumam dispor de cursos de línguas. E são oferecidos à comunidade como cursos de extensão com preços mais accessíveis que os cursos das escolas de idiomas.
Intercâmbio é bom?
A oportunidade de estudar no país do idioma permite praticar 24 horas por dia e aprofundar o domínio da língua. Se você é iniciante eu sugiro passar pelo menos 1 ano. Se seu orçamento e tempo estão limitados a 6 meses ou um pouco menos, sugiro começar os estudos numa escola no Brasil e fazer o intercâmbio quando já estiver no nível intermediário. Foi assim que eu fiz e adquiri mais fluência e desenvoltura na língua.
As escolas do exterior costumam oferecer hospedagem em hotel, apartamento alugado e casas de família, à escolha do aluno. Sempre preferi me hospedar em casa de família pois, além de ser mais barato pude conviver e aprender com a cultura e costumes das pessoas do lugar. As famílias, via de regra, são simpáticas, receptivas e habituadas a conviver com a diversidade, já que recebem estudantes de todas as partes do mundo. Além disso, com base em um questionário que você preenche, é escolhida uma família compatível com o seu perfil. Se mesmo houver algum problema de adaptação, depois que você estiver lá, a escola pode trocar você de casa, mediante seu pedido. Pessoas quando viajam em dupla ou grupo, às vezes, preferem alugar um apartamento e dividir despesas. O único o risco é de, fora da aula, ficarem falando mais português do que o idioma que estão pagando para aprender
Inglês na Inglaterra, francês na França e espanhol na Espanha?
Pode ser, há quem prefira assim, mas é bom saber que isso não vai fazer diferença no currículo porque:
- Apesar das diferenças de sotaque, de regionalismos e até de ortografia, a gramática do idioma é basicamente a mesma nos países nativos distintos. Por isso que as escolas oferecem “curso de inglês” e “curso de espanhol” e não “curso de inglês da Austrália” ou “curso de espanhol do México”. Você vai falar o idioma com um sotaque e com alguma influência, da mesma maneira que falamos com sotaque de baiano, mineiro, carioca o idioma português;
- Ao aprender um idioma, você deve buscar a capacidade de se comunicar com os nativos dos diversos países que têm o idioma como oficial e também com não nativos da língua. Seu currículo não se torna mais valorizado por você falar “inglês da Inglaterra”, ”francês da França” ou “espanhol da Espanha” e sim pelo nível de proficiência que você tenha no idioma;
Um curso de inglês ou de francês pode sair mais barato no Canadá do que na Inglaterra ou França, por exemplo. O espanhol na América do Sul pode custar menos na Espanha. Minha sugestão é que você escolha um país nativo da língua desejada, porque também não há vantagem em estudar espanhol no Canadá, por exemplo. Mas que essa escolha seja baseada em fatores como a qualidade e pacote oferecido pela escola, o preço das passagens, o custo de vida no país, em relação ao seu orçamento disponível. E também no seu desejo de conhecer determinado país, já que uma viagem de estudo sempre oferece a oportunidade de se fazer turismo, conhece a cultura e, claro, voltar mais preparado para o mercado globalizado.