“Meu filho tinha passado de ano. Tava feliz da vida e foi para casa do pai dele. Ele pegou a moto do pai e saiu com alguns amigos. Foram ensinar as meninas a pilotar moto em Porto Seco Pirajá. Quando estavam retornando para casa, chegou uma viatura, deu um cavalo de pau, apagou os faróis e parou. Quando passou a quinta moto, sem abordagem nenhuma, atiraram. Atingiu meu filho da cabeça. Meu filho caiu!”, conta, emocionada, ao Portal Correio Nagô, Dona Nadijane Macedo. Ela é mãe de Alexandre Macedo Fraga, de 17 anos, assassinado após uma perseguição policial no dia 19 de janeiro de 2008. Em depoimento, um dos policiais confessou o crime e justificou que teria reagido, após o adolescente ter atirado contra a viatura.
A mãe de Alexandre nega a versão dos militares. “Ele não tinha habilitação, mas não justifica o ato porque não teve nenhuma abordagem. Ele estava com documento da moto e a identidade dele que comprovava que a moto era do pai”, denuncia, dona Nadijane. Ela revela que foram feitos exames em Alexandre de pólvora combusta, alcoolêmia e toxicológico. Todos deram negativo.
O julgamento está previsto para acontecer próxima quinta-feira (21), às 8h, no salão do júri do fórum Ruy Barbosa (Praça D. Pedro II, s/n – Nazaré, Salvador). A audiência já foi adiada várias vezes e o caso se estende na justiça por mais de 9 anos.
Leia o desabafo de Dona Nadijane: http://dolutoparaluta.blogspot.com.br/2013/02/desabafos-de-uma-mae.html?m=1
Donminique Azevedo é repórter do Portal Correio Nagô.