Em tempos de tantas questões sociais e ataques à liberdade de imprensa e à democracia, o Rio de Janeiro vai sediar a primeira edição da Conferência de Jornalismo Comunitário que acontecerá entre 30 de novembro e 01 de dezembro para jornalistas convidados.
Cerca de 20 jornalistas de favelas do Rio, Bahia e Espírito Santo irão discutir sobre os novos rumos do jornalismo comunitário, participar de atividades e assistir painéis sobre sustentabilidade da mídia, geração de dados, representatividade no território entre outros assuntos. As escolhas dos temas são resultados de diálogos realizados com o Consulado Geral dos Estados Unidos no Rio de Janeiro nos últimos 10 anos.

O evento é realizado pelo Fala Roça e o Consulado Geral dos Estados Unidos no Rio de Janeiro com apoio institucional da Agência de Redes para Juventude.
“Queremos mostrar a importância de fortalecer o jornalismo comunitário em diversos territórios e acreditamos que a conferência vai construir redes e permitir trocas de conhecimentos entre os grupos”, explica Michel Silva, um dos coordenadores institucionais do Fala Roça.
A diretora de comunicação do Instituto Mídia Étnica e editora chefe do Correio Nagô, Valéria Lima, é uma das jornalistas convidadas para participar da conferência. De acordo com ela o evento é muito importante para criar estratégias de manutenção desses veículos de comunicação.
“Para nós do Correio Nagô, que está situado em Salvador, na maior cidade negra do país, é importantíssimo essa conferência. A maior parte da imprensa brasileira está nas mão de famílias ricas e influentes e do outro lado temos uma produção de jornalismo alternativo e entre eles o jornalismo comunitário que é feito nas favelas, por pessoas conhece a realidade do povo, e a possibilidade de discutir sobre isso, de criar estratégias de manutenção desses veículos é importantíssimo, minha expectativa é muito grande”, comenta Valéria Lima.