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A carne mais barata do mercado é a carne negra?

Apesar de sermos tratados como invisíveis pela mídia, de não sermos tratados como pessoas pelos jornais e telenovelas, de sermos reiteradamente  mostrados como bandidos , no caso dos homens, e como empregadas domésticas ou  mulatas bundudas e gostosas , no caso das mulheres, tenho observado que há uma produção crescente de produtos e artigos de preto no mercado. Roupas, cosméticos, livros, músicas, filmes, dentre outras coisas, com a temática negra não param de surgir na mídia. Por que isso acontece? O que está por trás dessa onda? Nesse texto, tentarei humildemente fornecer algumas pistas para entender melhor a que se deve isso e, especialmente, quais são os interesses subjacentes ligados a essa nova “onda negra”.

Uma breve digressão ao nosso passado escravista: o tráfico de escravizados

Vocês já pensaram qual o valor do negro no mercado? Não?! Na época da escravidão, um negro tinha um valor altíssimo no mercado escravista. Sua força de trabalho era exorbitantemente capitalizada. Especialmente se esse escravo fosse homem, jovem, de boa saúde e com bastante força para o trabalho. Veja a imagem abaixo:

Jornal do Commercio

Posto fim ao regime escravista, após mais de 350 anos, o comércio de africanos escravizados no Brasil fora proibido em 1850 com a promulgação da Lei Eusébio de Queirós, e daí não podia mais comercializar pessoas.

Sabe-se que muitos mercadores de escravos fizeram fortunas com a troca e a venda destes durante muitos anos. Mas isso foi até o século XIX. Hoje no século XXI, não se ouve mais notícias de que alguém adquiriu um negro para trabalhar em sua fazenda, na plantação de açúcar. Ou que outrem contratou os serviços de uma mucama à sua casa grande.

Leilao de Escravos

As relações escravistas existentes em todo o período de comércio de escravizados, de fato, hoje não mais perduram com as mesmas características. Atualmente, não se pode mais comercializar pessoas, de acordo com o que assegura a  Declaração Universal dos Direitos Humanos . Ela é enfática ao vetar o tráfico de escravizados, bem como a escravidão. Veto esse que é endossado pelo Código Penal brasileiro, no  artigo 149 .

Mas o fato de não mais

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