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A falta de investimentos na Educação em C&T é o “calcanhar de Aquiles” do Brasil

Quanto mais a mídia “reitera” as maravilhas dos avanços educacionais brasileiros mais eu me convenço do contrário. A distância entre o discurso midiático e a prática é bestial. Entretanto, o meu primeiro motivo para esse texto não é  desenvolver uma análise técnica da situação a qual me refiro no título. A minha primeira motivação é marcar uma sinalização frente à reação de uma jovem estudante, amiga de uma ex-aluna que a acompanhava em um shopping Center, quando, por acaso nos encontramos. Ao ouvir da minha ex-aluna que eu fui o seu professor de Física, a sua colega em uma reação de espanto e censura exclamou: “Deus é mais !!!!”, como quem, em verdade, queria dizer: “Vai de retro satanás”, e arrematou: Física..? ? ?…Que horror !!!!
Guardando a parte pitoresca do acontecido, a situação de fato é uma demonstração incontestável e preocupante da situação da educação no Brasil.
Parodiando meu colega, (e meu ex-professor), o Professor Júlio Guedes, do Instituto de Física da Universidade Federal da Bahia, o jovem só quer “estudar o que acha fácil”, e com isso, quem fica no prejuízo é o País. Felizmente, alguns educadores estão manifestando suas preocupações com relação ao modelo político vigente que não privilegia de modo satisfatório a Educação. É assim que aconteceu no Rio de Janeiro
nos dias 15, 16 e 17 de Agosto, o 1º Congresso Internacional do Centro Celso Furtado, tendo como tema “A Crise e os Desafios para um Novo Ciclo do Desenvolvimento”. Durante o evento foi abordado o déficit de profissionais brasileiros com conhecimento na área de Ciência e Tecnologia, característica classificada como o “calcanhar de Aquiles” do desenvolvimento do país, na avaliação dos especialistas ouvidos. De acordo com a professora da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Tânia Bacelar, a falta de profissionais qualificados no mercado desafia a transição do Brasil para a sociedade do conhecimento. Ela disse que “essa mudança desafia, sobretudo, a fragilidade e a insuficiência do sistema de educação, ciência tecnologia”.
Convidado para a palestra inaugural, o economista e professor da Universidade Jawaharlal Nehru, de Nova Deli, na Índia, Deepak Nayyar, destacou que a grande diferença entre o desenvolvimento das nações asiáticas e as da América Latina é o investimento em tecnologia.
Para o indiano, porém, além de investir nessa área, o Brasil precisa enfrentar a desigualdades de renda e a pobreza. Diante da crise econômica, a população (o mercado interno), na avaliação de Nayyar, é o grande ativo dos países em desenvolvimento. “Se estes alcançarem um estado de bem-estar social, o céu é o limite”.
Segundo matéria do Jornal da Globo, uma empresa desenvolvedora de games precisa de gente para sustentar o faturamento anual R$ 10 milhões e não encontra profissionais. A solução é importar mão de obra. “A gente mexe com tecnologia de ponta, e para isso você precisa sempre estar com as pessoas mais atualizadas possíveis e isso é mais fácil conseguir em outros países, às vezes, do que no Brasil”, fala o sócio-diretor da desenvolvedora de games, Charles Betito Filho. É a realidade do mercado de tecnologia, um dos mais promissores do país. “Existem pesquisas que mostram aí um déficit de 700 mil vagas até 2020, é muita vaga em aberto, hoje nós estamos em 200 mil vagas em aberto porque falta profissional qualificado” informa o coordenador da faculdade de tecnologia FIAP (Faculdade de Informática e Administração Paulista), Leandro Rubim. Enquanto isso acontece aqui nas terras tupiniquins, nos Estados Unidos da América, pais que quase todos os anos é laureado com, no mínimo, um Premio Nobel na área de C&T, os eventos que tem como foco o incentivo dos jovens quanto ao envolvimento com atividades nessa área, se tornam mais e mais comuns. Um exemplo disso está em Norwalk, Connecticut. Durante três horas todos os sábados uma equipe de cientistas de robótica se reúne no Museu Stepping Stones para criar robôs que farão a vida dos idosos mais fácil. Os “engenheiros” envolvidos na construção dos robôs são meninas de idades entre 9 e 16 anos, que estão participando de um concurso nacional promovido pela Lego, denominado Desafio Lego 2012.
Na nossa realidade onde o conhecimento produzido pela Academia não costuma ser transformado em progresso, continuo a me preocupar sobremaneira, com o descaso  ao incentivo dos jovens quanto ao cultivo das atividades ligadas a Ciência e a Tecnologia.

REFERENCIAS:

1. Falta de Mão de obra em ciência e tecnologia é o “calcanhar de Aquiles do Brasil”, Agencia Brasil Empresa Brasil de Comunicação, reportagem de Isabela Vieira http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2012-08-15/falta-de-mao-de-obra-em-ciencia-e-tecnologia-e-calcanhar-de-aquiles-do-brasil acessado em 18/10/12 20:00;
2. Jornal da Globo, Setor de tecnologia busca mão de obra qualificada fora do pais; http://g1.globo.com/jornal-da-globo/noticia/2012/09/setor-de-tecnologia-busca-mao-de-obra-qualificada-fora-do-pais.html acessado em 19 de outubro de 2012 20h13min.
3. Amazing Girls Science event promotes tech science; The Hour http://www.thehour.com/entertainment/weekend/amazing-girls-science-event-promotes-tech-science/article_a59d03a7-ab49-557d-a7da-aa2c17da4b96.html
4. http://www.thehour.com/entertainment/weekend/amazing-girls-science-event-promotes-tech-science/article_a59d03a7-ab49-557d-a7da-aa2c17da4b96.html
5. Imagem: Fonte Portal Fera; http://www.portalfera.com.br/portal/noticias/tecnologia/no-brasil-falta-mao-de-obra-na-area-de-ciencia-e-tecnologia acessado em 20 de outubro de 2012 07h25min.

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