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“A gente quer saber que produto é esse?” diz pescadora sobre vazamento de óleo em rio de Candeias

11/06/2018 | às 17h44

O questionamento da marisqueira e militante do movimento de pescadores Marizélia Lopes da comunidade quilombola Bananeiras, em Ilha de Maré, resume a  preocupação da população impactada por vazamento de um duto da Petrobras no último fim de semana, em frente ao rio São Paulo, que fica em Candeias, Região Metropolitana de Salvador.

Foto enviada por moradores da região atingida pelo vazamento.

“A gente quer saber que produto é esse? Porque toda vez eles escondem. É sempre assim: primeiro, os caranguejos desaparecem, ficam sem sair. A partir de amanhã [12] aparecem mortas lambretas, ostras, mariscos. Depois, o que a gente consegue pegar, ninguém quer comprar. Só compra depois que o Inema [Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Estado da Bahia] se pronunciar”, conta Marizélia ao Portal Correio Nagô, relatando que o vazamento causa prejuízos à fauna da região e, principalmente àqueles que retiram o sustento do rio e do manguezal.

“Mais um grande impacto ambiental na região das Marés”, declara outra pescadora, e uma das lideranças da comunidade quilombola de Porto dos Cavalos, localizada na Ilha de Maré, Eliete Paraguassú.

O Inema foi procurado por esta reportagem, mas ainda não se posicionou.

Em nota, a Petrobras informou a este Portal que, até o início da tarde desta segunda-feira (11/6), faltava limpar 10% da área atingida.

LEIA:

A Petrobras informa que, até o início da tarde desta segunda-feira (11/6), cerca de 90% da área atingida por um vazamento de água oleosa em Pitinga, região de Candeias (BA), foi limpa pela equipe de contingência da companhia. Não houve danos às pessoas. Os órgãos ambientais e a Secretaria de Meio Ambiente do município foram notificados pela Petrobras. O vazamento, estimado em três metros cúbicos de água oleosa, aconteceu no sábado (8/6) e o produto alcançou o Rio São Paulo. Após a ocorrência, a companhia interrompeu imediatamente a operação dessa linha e iniciou a limpeza da área. Equipes especializadas em emergências e de monitoramento ambiental da Petrobras continuam trabalhando na região.

Donminique Azevedo é repórter e editora do Portal Correio Nagô.

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