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A luta contra a discriminação racial das instituições por Carla Akotirene

Em 21 de março a Luta pela Eliminação da Discriminação Racial remete ao massacre de 1960 disparado pela polícia contra uma militância pacífica em Sharpeville, na África do Sul.

Em dias atuais, o tratamento racial das instituições, internacionalmente, ainda gera medo. No Brasil pode ser flagrado na seletividade racial dos jovens às mortes violentas. De acordo com o Mapa da Violência entre 2002 e 2010, a taxa de homicídio da juventude branca caiu de 40,6 para 28,3 em cada 100 mil, o que representa uma queda de 30,1%, ao contrário da taxa dos jovens negros, em permanente ascensão, passando de 69,6 para 72 homicídios em cada 100 mil jovens negros.

Com efeito, tais opressões institucionais tendem a promover impactos tocantes ao marcador social de gênero. Aqui fora, as mulheres realizam abortos clandestinos, vitimadas pela moralidade de Estado que, sob o discurso de valorização da vida, se recusa à garantia dos direitos ao próprio corpo e à reprodução. No entanto, nas prisões, segundo (Carla A.Santos, 2012) apesar da gravidez comumente ser por elas desejada, o Estado, negando aquele discurso aborta seus filhos.

Estas condutas das instituições, de esvaziamento populacional a determinados grupos humanos resvalam na apreensão do sentido afroamericano do termo racismo institucional, dando o reconhecimento da política antinegros. Ademais, há outro entendimento de, na exclusão por critério racial também residir à falta de atenção, os preconceitos inconscientes ou a ignorância dos prestadores de serviços públicos no atendimento das demandas da população negra. Neste último, ainda, se resguarda uma compreensão mal feita, visto as razões ideológicas das instituições serem norteadoras das práticas profissionais.

A este respeito vale relembrar as publicidades já ensejadas pelos governos no combate ao tráfico e ao consumo de crack. Na oportunidade, visavam alcançar o público através da campanha: “Crack: é cadeia ou caixão”, bem como outra na qual veiculava informação de que cerca de oitenta por cento (80%) dos homicídios cometidos na Bahia era por conta do crack. A Propaganda refletia a concepção de Estado no enfrentamento a este problema social, direcionando-o à competência da segurança pública ao invés de uma demanda de saúde pública. Ao mesmo

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