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Acervo da Laje, o museu vivo do Subúrbio Ferroviário

25/04/2018 | às 15h

Indignado com a ideia preconceituosa de que no Subúrbio não tinha arte, o professor e pesquisador José Eduardo Ferreira, cria do bairro, resolveu fazer algo sobre invisibilidade condicionada à produção artística da região. Assim surgiu O Acervo da Laje, que é casa, museu e escola, é registro e divulgação da memória estética e artística do Subúrbio Ferroviário de Salvador.

Pensado justamente a partir do “não lugar” artístico ofertado ao Subúrbio, o Acervo da Laje é um projeto de contranarrativa, mas, antes de tudo, é um aglomerado de memórias afetivas do bairro, que também se mistura à história do pesquisador José Eduardo e da esposa Vilma Santos . Juntos eles tocam o espaço que começou a partir de garimpos de obras artísticas, e sedia eventos.

O casal José Eduardo e Vilma Santos são responsáveis pelo Acervo da Laje, localizado no bairro de São João do Cabrito / Plataforma. Foto/Facebook

Para o idealizador do Acervo, José Eduardo Ferreira, o projeto é pesquisa, registro e divulgação da memória estética e artística do Subúrbio Ferroviário de Salvador. Um espaço que busca tirar as redes de cultura apenas do centro e reloca-las para a periferia, dialogando com toda a cidade.

“Neste sentido é um espaço de resistência e ressignificação de narrativas, valorizando artistas da periferia com exposições, oficinas e encontro com as obras. Sua importância se dá por ser um museu comunitário no qual a história do Subúrbio é contada por nós através de obras artísticas e artefatos históricos”, dividiu o responsável pelo espaço, José Eduardo Ferreira.

Vilma Santos é cofundadora do Acervo da Laje. Foto: Mila Souza

Uma galeria composta por biblioteca, coleção de discos, fotografias, manuscritos, tijolos, azulejos e porcelanas antigas, artefatos históricos, quadros e esculturas, entre outras peças, é o conjunto de peças artísticas e lembranças do Acervo na Laje.

Acervo da Laje, Salvador | Foto (CC BY-NC): Lenon Reis

PROTAGONISMO FEMININO NA LAJE

A educadora Vilma Santos é cofundadora do Acervo da Laje. Atuando na área de educação desde os anos 1990, Vilma foi coordenadora voluntária da Pastoral da Criança, Pastoral Afro e Pastoral Carcerária, fundadora do Acervo da Laje, onde coordena a seção educativa, realizou, como curadora e coordenadora as exposições artísticas “1ª Exposição Pública do Acervo da Laje” (2011), “As águas suburbanas no Acervo da Laje” (2012), “A beleza do Subúrbio” (2013), 3ª Bienal da Bahia (2014), “Memórias Afetivas do Subúrbio Ferroviário de Salvador” (2018), participou como convidada da 31ª Bienal de São Paulo “Como falar de coisas que não existem” na mesa Usos da Arte (2014), participou de todo o processo de realização do #Ocupa Lajes (2016) e é responsável pelas oficinas artísticas da edição de 2018 do mesmo projeto. Participou do intercâmbio dos estudantes da Bartlett School de Londres (2016 e 2017), do Festival Caymmi (2017), além de mediar e mobilizar crianças, jovens, adultos e famílias para a realização de oficinas com artistas como Rosa Bunchaft (2015, 2016), Elisabeth Zwimpfer (2017), Mano Penalva (2017), assim como o Rolê Brasil (2016, 2017).

COMO FAZ PARA CONHECER O ACERVO DA LAJE?

Para visitar o espaço, é preciso agendar antes, através do telefone 3401 7804 ou pelo e-mail ferreirasantosenator@gmail.com. As visitas pode ser feita em grupos, culturais, de amigos ou escola, também individualmente, de segunda a sexta-feira, conforme for combinado previamente.

Para saber mais: https://www.facebook.com/acervodalaje/

Beatriz Almeida é repórter-estagiária do Correio Nagô.

Com a supervisão da jornalista Donminique Azevedo.

 

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