Quando a jornalista e empreendedora Lorena Ifé decidiu criar um grupo no Facebook para reunir pessoas negras interessadas em paquerar, não imaginava que em menos de uma semana chegariam mais de 500 solicitações para aprovar.
“Eu sempre questionei o aplicativo Tinder, porque acho poucas pessoas negras. Além disso, um grupo de pessoas negras – que faço parte – fizeram uma postagem que continha a frase ‘afrotinder, momento paquera’. Quando criei esse outro grupo, fiquei surpresa porque não esperava que tinha tanta querendo fazer parte, mas ao mesmo tempo feliz de ver essa corrente de amor preto crescendo”, revela Lorena Ifê.
O Afrodengo está descrito como “um grupo de paquera virtual criado para pessoas negras e tem como proposta ser um espaço de interação, flerte, construção de relações saudáveis, saídas casuais com o intuito de fortalecer a afetividade negra (tão abalada no período pós-abolição). Também é um espaço para dialogar sobre a importância do amor para população preta e todas as suas nuances”.
Lorena adianta, com exclusividade para o Portal Correio Nagô, que a proposta é transformar a ideia em um aplicativo para mobile. “Nem tinha pensando em app, mas pessoas do grupo me sugeriram. Vou ter uma reunião como pessoas que convidei para ser administradores e vamos dialogar sobre, mas a ideia é virar um app”, conta.
O grupo é proibido para menores de 16 anos. Entre as regras de convivência está a proibição de “publicação de textos, mensagens e imagens que reproduzam o racismo, machismo, homo-lesbo-bi-transfobia, xenofobia, intolerância religiosa e qualquer outro tipo de opressão”.
Donminique Azevedo é repórter do POrtal Correio Nagô