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Afroempreendedores trabalharão unidos em Salvador

Primeiro coworking brasileiro para afroempreendedores será inaugurado neste sábado, 21, às 16h, em Salvador, no Instituto Mídia Étnica (IME), organização que comemora 10 anos desenvolvendo atividades em prol do fortalecimento da comunidade negra. Segundo o publicitário Paulo Rogério, diretor executivo do IME, o coworking Ujamaa, nome que, na língua africana Swahili, significa economia cooperativa, visa apoiar o afroempreendedorismo na capital baiana, oferecendo cursos e oportunidades. “Esse espaço servirá para que os afroempreendedores trabalhem juntos e busquem fazer parcerias. Será um espaço rico, vivo, de reunião de pessoas e ideias”, afirma o publicitário.

De acordo com a pesquisa da ONG Endeavor, Salvador é a pior capital para desenvolver a atividade empreendedora. A ideia do IME é que o escritório compartilhado tenha como objetivo também colaborar para que a cidade não continue na posição em que se encontra. “O Ujamaa pretende ser, portanto, um elemento impulsionador da criação de um futuro ‘Vale do Dendê’, um ecossistema de negócios com um forte direcionamento em áreas como economia criativa, mídia e tecnologias”, diz Paulo Rogério, fazendo referência ao Vale do Silício, na Califórnia (EUA), centro de uma revolução tecnológica por sediar empresas como Apple, Google e o Facebook.

10anos face Cooworking

Idealizadora do Emerge Salvador, projeto que tem como objetivo potencializar o crescimento do afroempreendedorismo na capital, a guianense, radicada nos Estados Unidos, Yuniya Khan, que também colabora no gerenciamento do Ujamaa, acredita que, com o espaço compartilhado, os empreendedores consigam ter grandes avanços. “É possível ter ideias inspiradoras quando profissionais de áreas diferentes estão juntos”, pontua.

O designer Bruno Costa, 30 anos, apoia o projeto. Ele diz que o conhecimento dele sobre coworking é simplesmente algo relacionado a um espaço em que os empreendedores dividem contas, porém sem muita interação. Para Bruno, o Ujamaa é interessante porque pretende fazer com que o afroempreendedor tenha demandas e faça contatos profissionais. “Eu pretendo participar dessa ação. Trabalhar com outras pessoas amadurece a criatividade, abre os horizontes. Será uma verdadeira ‘mão na roda’”, finaliza. Filipe Vitório, 24 anos, profissional da área do marketing digital, observa a iniciativa do IME como “louvável”. Para o consultor, observar pessoas semelhantes a ele [negros], um “apoiando o outro” é importante para o desenvolvimento do afroempreendedorismo. “Esse coworking vai funcionar como um incentivo, um catalisador, porque fomenta a criação de um ambiente, de uma cultura empreendedora”, conclui.

Mônica Santos, sócia-proprietária da Turismo e Afins, empresa que trabalha com turismo pedagógico, consultorias e projetos na área da Educação, Turismo e Cultura,  menciona que, para ela, há duas grandes dificuldades para o empreendedor; o racismo e a falta da divulgação da marca. “É muito difícil fazer com que as pessoas percebam que o negro também pode ser empresário”, salienta. Outro ponto levantado pela empreendedora envolve a questão da publicidade. Mônica Santos diz que, como tem que fazer várias atividades, às vezes, divulgar o serviço não é fácil. A empreendedora comenta ainda que, nesse aspecto, o coworking também pode ajudar, pois, poderá ser um espaço de negócios, de relacionamento e de divulgação dos serviços dos “irmãos de cor”, como definiu.

A inauguração do coworking integra as comemorações pelos dez anos de criação do Instituto Mídia Étnica. Na celebração de aniversário, o IME contará com uma programação gratuita, que acontecerá das 09h às 21h, do dia 21 de novembro, com oficinas, mostra de filmes, performances musicais e poéticas, uma palestra de Carlos Moore e a inauguração do Coworking Ujamaa.

Da Redação do Correio Nagô

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