Projeto possibilita refletir e criar novos imaginários para o corpo preto através das artes, celebrando – também – a vida do ator, poeta, escritor, dramaturgo, artista plástico, professor universitário, político e ativista Abdias Nascimento.
Para refletir sobre a legitimação, valorização e conscientização da história preta brasileira, o Agô Performances Negrasvai exibir online o documentário “BANZO”. Programado para às 19h do próximo domingo, 14 de março, o projeto será transmitido pelo canal do YouTube do Instituto de Pesquisas e Estudos Afro-Brasileiros e, simultaneamente, no do próprio coletivo.
“Escolhemos essa data porque no mesmo dia, no ano de 1914, nascia em Franca, cidade do interior de São Paulo, o ator, poeta, escritor, dramaturgo, artista plástico, professor universitário, político e ativista dos direitos civis e humanos das populações negras, o grande Abdias do Nascimento. Criador do TEN – Teatro Experimental do Negro – em 1944, Abdias propôs a valorização social do negro e da cultura afro-brasileira por meio da educação e da arte, com a ambição de delinear um novo estilo dramatúrgico, guiado por uma estética própria. Abdias Nascimento é sem dúvidas uma das nossas maiores inspirações. Por isso tínhamos que homenageá-lo neste trabalho. Somos de algum modo a continuação, o legado daquilo que ele tanto lutou para construir, difundir e defender”, ressaltam os integrantes Agô.
Guiada por uma contação de história performática, “BANZO” traz uma arte preta contemporânea com raízes, práticas afetivas e ancestrais. “Queremos, por meio de fragmentos de imaginários negros, trazer o sentimento de nostalgia, tristeza, saudades de sua pátria, costumes familiares e principalmente a liberdade que os negros africanos escravizados sentiam ao serem tirados de seu país de origem”.
Em cena, Wil Oliveira e Vanessa Soares representam marcas, elementos e experiências diaspóricas, onde suas histórias e seus corpos são discursos e memórias de extrema potência, tanto estética quanto social.
Entre as principais inspirações para esse registro, nomes como o já citado Abdias do Nascimento, Bando de Teatro Olodum (BA) / Cia os Crespos (SP) / Cia Capulanas Arte Negra (SP) / Coletivo Negro (SP) e NATA – Núcleo Afro-Brasileiro de Teatro de Alagoinhas (BA).
Com experiência há mais de 10 anos em dança, música, teatro e contação de histórias, o coletivo foi contemplado em 2019 pelo Edital VAI 2 para circular com o espetáculo BANZO nas 5 zonas de São Paulo. A partir dessa movimentação surgiu o documentário realizado para a obra. A direção é de Vanessa Soares, Rose Mara Kilela, Tresor Muteba, Mari Miguel e Wil Oliveira, também responsável pelo texto.
Além da transmissão online, o material terá distribuição de 420 cópias de DVDs que deverão compor acervos ao redor do país.
Domingo, dia 14/03, às 19h
Coletivo Agô Performances Negras – https://bit.ly/38arT29
IPEAFRO – Instituto de Pesquisas e Estudos Afro-Brasileiros – https://bit.ly/2O5UGy2