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Alemães impedem demolição de último trecho original do muro de Berlim — Rede Brasil Atual

Construtora quer levantar um condomínio de luxo no local; processo deve ser retomado nos próximos dias

Berlim – Moradores de Berlim protestaram hoje (1º) contra a demolição de um trecho do muro que dividiu a cidade durante a Guerra Fria. Tratado como patrimônio cultural e histórico da cidade, o East Side Gallery, repleto de grafites emblemáticos, está na mira de uma construtora que pretende levantar um condomínio de luxo às margens do rio Spree, que corta a cidade.

A demolição do muro começaria pela manhã, mas cerca de 300 manifestantes conseguiram impedir momentaneamente o trabalho dos guindastes, que retiraram apenas um pedaço da parede, de cerca de um metro e meio de largura. Nele há um grafite do Portão de Brandemburgo. Nas frestas foram enfiadas notas falsas de 100 euros, em crítica à especulação imobiliária, e deixadas dezenas de mensagens de protesto contra sua eventual demolição.

“Nossa história não é bonita, mas não pode ser jogada fora”, dizia uma delas. “Parem com a demolição. Ninguém precisa de condomínios de luxo aqui.”

A expectativa de ativistas era barrar a retirada definitiva do muro e abrir novo diálogo com governo e prefeitura sobre a área. No entanto, policiais cercaram o terreno onde o condomínio será construído e os trabalhos devem ser retomados nos próximos dias. Berlinenses montaram vigília em frente ao local para acompanhar o desenrolar da história. 

O trecho do muro de Berlim em questão é o único remanescente do original, construído em 1961 pelo governo da Alemanha Oriental. Artistas portugueses, alemães, russos e brasileiros deixaram mensagens de paz nas grossas paredes de cimento. Um dos grafites mais famosos, e mais vendidos como imagem estampada em souvenirs, é o do caloroso beijo do então líder russo Leonid Brezhnev e do chefe da Alemanha Oriental, Erich Honecker.

Em 2009, a área, considerada um dos principais pontos turísticos da cidade, recebeu um investimento para revitalização de cerca de 2,5 milhões de euros (ou R$ 6 milhões) do governo alemão. O terreno, que há 20 anos era considerado terra de ninguém, exatamente pela proximidade com o muro, hoje é tido como privilegiado e com

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