Home » Blog » Alvo de racismo religioso, terreiro em Juazeiro aguarda respostas sobre série de ataques

Alvo de racismo religioso, terreiro em Juazeiro aguarda respostas sobre série de ataques

07/09/2018 | às 22h04

O Terreiro Ilê Abasy de Oiá Gnan, em Juazeiro-BA, voltou a ser alvo de racismo religioso, sendo mais uma vez apedrejado.

No final do mês passado, a Yalorixá Adelaide Santos, de 66 anos, precisou ser retirada da casa, pois o local foi atingido por pedras em vários horários do dia.

“Nós, família de santo, tememos pela saúde de mãe, porque Dona Adelaide já é uma senhora de 66 anos, com problemas crônicos como diabetes e hipertensão. Ela perde muitas noites de sono porque as pedras caem pelo telhado a madrugada inteira, às vezes passa a noite inteira acordada, ouvindo, sem poder fazer nada e então passa o dia deprimida e cansada”, conta Orlando de Carvalho, filho de santo de Mãe Adelaide.

Localizado há 42 anos no bairro Quidé, o templo religioso sofre com essas agressões desde 2015, segundo representante do Conselho Municipal de Promoção da Igualdade (Compir). Nesse mesmo ano, o terreiro Ilê Abasy de Oiá Gnan, foi arrombado, apedrejado várias vezes e o telhado foi parcialmente destruído. As paredes do terreiro foram todas danificadas e marcadas com cruzes. Quadros e fotografias foram destruídas.

Em 14 de junho deste ano, o Conselho de Promoção da Igualdade Racial (Compir), realizou uma vigília no local, e a presença de pessoas não ligadas ao terreiro não inibiu o/a agressor/a, que continuou arremessando várias pedras no telhado.

PROVIDÊNCIAS

Após as novas agressões, os filhos de santo, com apoio da Compir, voltaram à Delegacia Civil, em Juazeiro, fizeram a denúncia no dique 100 (Direitos Humanos),  além de procurar o Ministério Público estadual na cidade. Quando as agressões ficaram mais intensas acionaram a polícia militar, na 76ª Companhia. Além disso, irão formalizar uma denúncia de âmbito internacional.

A conselheira do Compir Céres Santos revela que foi concluído há pouco tempo um documento/relatório, com quase 20 páginas de texto e fotos, inclusive com boletim de ocorrência, que será encaminhado para autoridades das polícias civil e militar, secretarias de estado, prefeito, governador, Ministério Público, entre outros pedindo agilidade no processo.

Beatriz Almeida é repórter-estagiária do Correio Nagô

Com a supervisão da jornalista Donminique Azevedo.

scroll to top