Ao lado do Quinteto em Branco e Preto, matriarca do Berço do Samba de São Mateus faz releitura de clássicos no Sesc Belenzinho
Maria Aparecida da Silva Trajano é figura central para o movimento Berço do Samba de São Mateus, surgido há mais de 20 anos no bairro localizado no extremo leste da capital paulista. Viu nascer em seu quintal o hoje prestigiado Quinteto em Branco e Preto. Mais conhecida como Tia Cida dos Terreiros e Cida Preta, é ao lado deles que a sambista lançou nesta sexta-feira (13) seu primeiro álbum, Tia Cida, na Comedoria do Sesc Belenzinho.
“Longe, muito longe, anos atrás, eu tinha a ilusão de um dia cantar. Mas depois, com o tempo, esqueci: ‘Isso não vai dar certo, não vai acontecer’. (…) Nós temos uma gama de meninos compositores que faz a gente refletir. De onde vem essa capacidade fantástica de fruir no papel e no lápis? Eu gravei o Ivison, o Magnu, Gersinho! Olha que chique! É o meu povo! Eu vi essa geração ascender!”, orgulha-se a assistente social aposentada.
A faixa que abre o disco é uma homenagem de Ivison Bezerra e Magnu Sousa, do Quinteto, para a sambista. “Eu sempre sou sorridente mas, minha gente, não se engane não. Eu sou de fato guerreira, mulher bem brasileira, de raiz e chão. A minha atitude escorre no tom da minha pele. A minha negritude é raça sem contestação”, diz a letra que Tia Cida canta, orgulhosa, junto com “seus meninos”.
Com 15 faixas, o álbum tem composições de integrantes do Quinteto e releituras dos clássicos Lágrima Flor (Billy Blanco), Nem Sei (Candeia), Se Eu Tiver (Dolores Duran, J. Pereira e Ribamar), A Cigana (Dona Ivone Lara e Délcio Carvalho), Bohêmio (Ataulfo Alves, J. Pereira e Orlando Portella), Da Cor do Pecado e Curare (ambas de Bororó).
O disco, que sai pelo selo Sesc, foi produzido pelo Quinteto em Branco e Preto, com direção geral de Ivison Bezerra e arranjos de Maurilio de Oliveira.
Confira um vídeo de Tia Cida: http://www.youtube.com/watch?v=k4zg-I7bakU
Fonte: Rede Brasil Atual