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Após dois dias de potências negras, Festival Afrofuturismo anuncia tema de 2026: “Os Algoritmos das Florestas”

Em edição pocket e totalmente gratuita, o Festival Afrofuturismo Ano VII transformou o Centro Histórico de Salvador em um polo de inovação, diversidade e criatividade, reunindo painéis, hackathon, feiras, lançamentos de livros e shows.

O Festival Afrofuturismo 2024 encerrou, no último sábado (6), dois dias de programação intensa no Centro Histórico de Salvador, reunindo especialistas, artistas, empreendedores, pesquisadores, investidores sociais e representantes de iniciativas tecnológicas do Brasil e de outros países. Com o tema Ancestrais do Futuro, a 7ª edição reafirmou o evento como o maior encontro de futurismo, inovação e diversidade da América Latina.

Encerrada a programação, o festival já voltou a movimentar expectativas: em 2026, o tema será “Os Algoritmos das Florestas”, abordagem que amplia as discussões sobre inteligência orgânica, emergências climáticas e os códigos ancestrais presentes na natureza, nos povos originários e nas diásporas.

Programação diversa, desafios superados e avaliação positiva

Mesmo diante das dificuldades de captação e do curto prazo para organização, a edição foi considerada um sucesso pelo público e pela equipe. Para Paulo Rogério Nunes, cofundador da Vale do Dendê e organizador do Festival, o resultado superou as expectativas:

“Conseguimos entregar um evento muito bem estruturado, com entregas importantes como o hackathon, duas feiras de empreendedores, shows, painéis e lançamentos de livros, recebendo participantes do Brasil e de outros países. O festival foi muito bem avaliado, e, para 2026, vamos ampliar essa narrativa sobre legado, agora com o tema Os Algoritmos das Florestas, inspirado nas inteligências orgânicas da Amazônia e nos debates ambientais impulsionados pela COP30”, afirma.

Segundo ele, o novo tema dá continuidade ao debate sobre ancestralidade e futuro, expandindo o olhar para as tecnologias naturais e para o conhecimento originário, especialmente a partir da repercussão da COP30, realizada em Belém.

A edição pocket reuniu feira de startups em parceria com o Sebrae, mercado de empreendedores apoiado pelo Hospital Albert Einstein, shows nos Largos do Pelourinho, painéis sobre economia preta, tecnologia ancestral, comunicação, jogos, moda e sustentabilidade, além de uma curadoria de talks com convidados nacionais e internacionais, incluindo representações de Cabo Verde.

O Correio Nagô fez um balanço do 1° dia de festival, acompanhe aqui: https://correionago.com.br/primeiro-dia-do-festival-afrofuturismo-revela-futuros-possiveis-a-partir-das-conexoes-com-o-passado/

Lançamentos de livros conectam memória e futuro

Entre os destaques dos dois dias esteve a sequência de lançamentos de livros na Casa Vale do Dendê no sábado (6). Uma das obras apresentadas reuniu 21 histórias de empreendimentos gastronômicos acelerados pela instituição, fortalecendo a culinária afro-baiana como tecnologia ancestral e social.

“Lançar esse livro dentro do Festival foi vital. Ele fecha um ciclo de acelerações e celebra personagens que ajudaram a construir a história da Vale do Dendê. Gastronomia é afeto, é tecnologia social. Não é só receita, é cuidado, memória e futuro. A presença dos empreendedores aqui mostrou essa conexão viva”, afirma Rosenildo Ferreira, autor de Gastronomia Acelerada.

Tecnologia acessível: IA offline para combater a exclusão digital

Outro momento marcante do segundo e último dia foi a apresentação do Rift One, computador ultracompacto desenvolvido para combater a exclusão digital e operar com inteligência artificial mesmo sem acesso à internet. O dispositivo chamou atenção do público ao ser descrito como uma solução tecnológica para populações remotas e desconectadas.

“Ainda temos mais de 2,4 bilhões de pessoas desconectadas no mundo. O Rift One nasce para reduzir essa exclusão: cabe na palma da mão, custa cerca de 100 dólares e já vem com inteligência artificial que funciona totalmente offline. Mesmo sem antena, sem operadora, sem internet, é possível enviar textos e arquivos num raio de até 10 km. É tecnologia pensada para quem mais precisa”, diz Saulo Montrond, empreendedor cabo-verdiano e fundador da Green Studio e TVA África.

A 7ª edição do Festival Afrofuturismo se consolidou como uma plataforma de conexões, criação coletiva e imaginação radical, um espaço onde passado, presente e futuro se entrelaçam para construir possibilidades reais de mundo.

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