“Para mim, ainda é tudo muito novo. Esse é o meu primeiro longa e já estreio como protagonista, concorrendo ao Troféu Redentor de melhor atriz”, celebra Tati Villela após dar vida à advogada Conceição, no filme “Mundo Novo”, de Álvaro Campos, o qual protagoniza. Lapidado durante a pandemia da Covid-19 nos bairros do Vidigal e do Leblon, o longa-metragem narra as complexidades da relação entre o casal inter-racial Cons e Presto.
Com uma economia reservada, Conceição, mais conhecida como “Cons”, é uma advogada com uma carreira promissora, já Presto, mais jovem que ela, é um artista cheio de sonhos. Durante o período de isolamento social, eles se aproximam mais intimamente, e Presto decide morar com Cons, em sua casa localizada no Leblon.
Rompendo barreiras numa sociedade que marginaliza a imagem da mulher negra, a vida de Tati se confunde com a de sua personagem no que tange a força negra feminina em meio ao racismo estrutural. “É importante representarmos mulheres negras bem sucedidas no audiovisual. Precisamos nos acostumar com essa realidade. O mercado está cheio de atores negros ávidos para trabalhar e querendo oportunidades para poder representar personagens múltiplos, contribuindo para a formação de novos imaginários, novas narrativas, trazendo para o centro da cena outras perspectivas e subjetividades”, pontua.