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Arte para enfrentar os diálogos ausentes

Na mesma proporção que falta representatividade positiva para negras e negros na sociedade brasileira, falta diálogo sobre o assunto.  No campo das artes não é diferente. Obras de artistas negros brasileiros das artes visuais, cênicas e do audiovisual ainda são bastante invisibilizadas.

Para questionar essa ausência, o Itaú Cultural evidencia produções de artistas negros contemporâneos do Brasil na Mostra Diálogos Ausentes.

A exposição segue em cartaz até janeiro de 2017, no primeiro piso do próprio espaço do Itaú Cultural, na Avenida Paulista, em São Paulo. A entrada é gratuita.

Diálogos Ausentes apresenta obras assinadas por 15 artistas. Entre eles: Aline Motta, André Novais Oliveira, Capulanas Cia. de Arte Negra, Dalton Paula, Eneida Sanches, Fernanda Júlia, Juliana Vicente, NEGR.A – Coletivo Negras Autoras, Renata Felinto, Sérgio Adriano, Sidney Amaral, Viviane Ferreira e Yasmin Thayná.

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Curta Lápis de Cor, da cineasta Larissa Fulana de Tal, também integra a Mostra Diálogos Ausentes. Foto: reprodução

Marcam presença na exposição as obras dos baianos Larissa Fulana de Tal, produtora do filme Lápis de Cor, que questiona a falta de representação racial no universo infantil, e Ângelo Flávio, fundador da Companhia de Teatro Abdias Nascimento.

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A obra de Ângelo Flávio participa da exposição no Itaú Cultural. Até esta terça (13), o artista apresenta também no Itaú Cultural “Compilação de Uma Utopia Possível”, às 19h, no espaço expositivo.

Em entrevista ao Correio Nagô, uma das curadoras da exposição explicou os critérios de seleção das produções. “A escolha dos artistas obedeceu aos critérios crítico e conceitual presentes nos debates, que foi de onde surgiu a mostra. Outro critério importante foi pensar na presença de mulheres, pensar em quem possui maturidade técnica e visual, e também pensar nos artistas que têm reforçado a temática afro nas suas composições” disse Diane Lima, que assina a curadoria com Rosana Paulino.

A mostra surge das inquietações acerca da  representação dos negros nos diversos segmentos artísticos e expressões culturais. Para Diane, a ideia é que a exposição possa colaborar na superação das barreiras que impossibilita a visibilidade da arte afro-brasileira. “Espero conseguir uma ruptura institucional que dialogue com a negritude, atrair um público negro, tornar o Itaú Cultural um produtor de conhecimento e, sobretudo, fazer com que a arte seja uma passagem para que a identidade racial seja algo de destaque”, conclui.  

A exposição conta, ainda, com dispositivos de acessibilidade. De um total de 28 obras, 15 são acessíveis por meio de ferramentas como audiodescrição e recursos táteis, para o público cego, e audioguia, interpretação em libras e vibro blaster, para o público surdo.

Marcelo Nascimento é repórter do Portal Correio Nagô

Colaborou Donminique Azevedo

 

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