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Artista visual Soberana Ziza explora temas da negritude e do feminino em obras inéditas

Foto: Tally Campos

A artista visual Regina Elias da Costa, conhecida como Soberana Ziza, apresentará, durante o mês de novembro, o seu novo projeto “Mulheres: Raízes da Conexão”, que prevê obras inéditas em outros suportes e técnicas e uma exposição em dois endereços. O projeto, que conta com a curadoria da artista, pesquisadora e educadora Renata Felinto, reforça e aprofunda o pensamento de Soberana sobre as questões raciais, especialmente, em relação às mulheres negras. Ao longo dos próximos meses, Ziza vai ocupar vários espaços nas ruas de São Paulo e nas redes sem fronteiras, presencial e online.

Foto: Ingrid Félix

“O amadurecimento da minha arte me fez buscar outros suportes e materiais. Farei a minha primeira performance, o meu primeiro lambe, a minha primeira exposição em galeria”, comenta Ziza. 

Mais sobre a trajetória da artista

Desde 2006, quando participou de uma oficina de grafite no Centro Cultural da Juventude, ela se aproximou do hip hop e do grafite. “Ali tive referências de mulheres negras, me empoderei e aprendi sobre “arte-educação”, conta. Depois de um período de aprendizado, em 2010, surgiu a primeira grande oportunidade: viajar para Berlim em um intercâmbio  desenvolvido por uma ONG brasileira, City of Hip Hop, e dar oficinas de grafite dentro das escolas. O projeto se desdobrou na sua primeira exposição internacional com sucesso de público e todas as obras vendidas. “Me senti uma verdadeira artista, mas voltei para o Brasil e não houve nenhuma repercussão. Continuei no anonimato”. 

No ano seguinte, outro evento marcante: Ziza foi para Washington, nos EUA, com outros artistas a convite de Chanel Compton, na época diretora de educação do Prince George’s African American Museum & Cultural Center, em parceria com o Museu Afro-Brasil e com o Consulado dos Estados Unidos em São Paulo, criar uma série de pinturas murais com jovens estudantes no Centro de Artes Visuais e Performativas de Suitland High School, em Maryland, sul dos Estados Unidos. “Aí eu entendi a importância nas Américas, de guardar a memória, do patrimônio. A gente visitou em Maryland um bairro inteiro que contava suas histórias nas placas, nos monumentos, nas próprias casas das pessoas”, conta Ziza.

Nos últimos dois anos, desenvolveu o projeto #EstamxsVivxs, desenvolvido por ela em parceria com a artista visual Valéria Motta. Duas empenas no centro de São Paulo, “Empenas Pretas”, com curadoria e produção do Instagrafite. “Esse projeto falava sobre esses bairros da cidade de São Paulo, Bixiga, Liberdade, da galera preta, cuja história foi apagada”, conta. 

Mulheres: Raízes das Conexões

O “projeto Mulheres: Raízes das Conexões”, contemplado na Lei Aldir Blanc, desenvolvido ao longo de 2021, é resultado, portanto, de um processo de anos de pesquisa estética e descobrimento pessoal e coletivo. 

Ziza é mulher, negra, natural do Peri Alto, na zona norte da cidade, onde mora e tem seu ateliê. A história retratada nas suas obras é, ao mesmo tempo, de si mesma, de outras mulheres, do povo negro e da cidade. 

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