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Artistas negros tomam conta da cena de maior teatro da Bahia

tcaRedação Correio Nagô*

Negros comandaram a cena ontem (20/11), às 19h, no Teatro Castro Alves (TCA), em Salvador. A escola de Dança da Funceb, para comemorar os 30 anos de sua existência e o dia da Consciência Negra, levou para o palco 15 coreografias interpretadas por 358 alunos da instituição. “Obiragueré”, “Você sabe que eu danço?” “A Funceb mudou a minha vida” e “Fundamentos”foramgrupos que homenagearam a data através da musicalidade afro.

Para alguns dançarinos, esta foi a primeira oportunidade de pisar no palco principal do TCA. Mileide Santos, aluna da instituição, diz que achou incrível a experiência de dançar em um grande teatro. “Antigamente, nós, negros, não tínhamos tanto acesso a este local, nem mesmo como público. Observar pessoas da minha cor sendo os protagonistas desta história é de uma satisfação muito grande, principalmente em um dia como hoje”- ressaltou Mileide, referindo-se ao 20 de novembro.

A cor preta não estava somente no palco do Castro Alves. Na plateia, também, era notória a presença de espectadores negros. Para a antropóloga Renata Freitas, é muito importante ver aquele espaço constituído por outro grupo de pessoas. “Notar que pessoas de bairros populares, também, podem ter o direito de frequentar o TCA, o qual, na grande maioria do tempo, é visitado pela elite soteropolitana, vem a ser muito significativo para a democratização da cultura”, ressaltou a pesquisadora.

Segundo a diretora da Escola de Dança da Funceb, Beth Rangel, a Funceb é um local para se debater, também, assuntos referentes à diversidade e construção da identidade. “Esta escola é um catalisador de pessoas, grupos e segmentos de determinada comunidade, atuando como palco de aproximação e discussão de temas e questões de caráter básico à formação geral do sujeito e à formação de competências específicas, em sintonia com o contexto em que se insere na dimensão local e global”, define Rangel.

A entrada para o evento foi gratuita. Dança do ventre e de salão, sapateado, swing baiano, dança moderna, street jazz também fizeram parte da composição do espetáculo de dança exibido na noite de ontem.

* Por Taciana Gacelin

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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