Estão prontos para ‘tombar’ com tanto poder? Veja abaixo, as mulheres top de 2015.
Viola Davis
Entre as melhores coisas que aconteceram na indústria cinematografica, em 2015, está o discurso da atriz afro-americana, Viola Davis, ao ganhar o Emmy na categoria Melhor Atriz Dramática, pelo papel principal na série How to get way with a murderer (HTGAWM), produzida por Shonda Rhymes.
Suas palavras tocaram fundo na questão racial, não só nos Estados Unidos, mas no mundo inteiro, ao dizer que: “A única coisa que diferencia as mulheres negras de qualquer outra pessoa é a oportunidade. Você não pode ganhar um Emmy por papéis que não existem “, disse segurando o Emmy a primeira atriz negra a receber a premiação. Ela agradeceu aos roteiristas, diretores e produtores de HTGAWM por redefinir o significado de ser bonita, ser sensual, ser protagonista e ser negra na condução das suas produções.
Viola foi premiada na sua primeira indicação, mas nomes como Debbie Allen, por Fame, em 1982, depois Alfre Woodard, Cicely Tyson, Regina Taylor, Kerry Washington e, também este ano, Taraji P. Henson nunca levaram o Emmy para casa.
Tais Araújo
Acabou ser indicada ao prêmio Shell de Melhor Atriz por representar a misteriosa camareira que conviveu com o ativista politico norte-americano, Martin Luther King, nas suas últimas horas antes de ser assassinado na sacada de um hotel, em Memphis, no estado do Tennessee, na peça o Topo da Montanha. Taís está no ar também na TV, na série Mr. Brau, na pele da coreógrafa, esposa e empresária de um cantor popular. Tanto na peça, quanto no humorístico, ela contracena com o marido, o ator Lázaro Ramos, com quem tem um casal de filhos (João Vicente e Maria Antônia). Mesmo com as ofensas racistas sofridas nas redes sociais e respondida com altivez (e amor), 2015 para Taís foi o momento de reconhecimento e coroação de uma jovem atriz e seus 20 anos de carreira, pela qualidade do seu trabalho, seu posicionamento como mulher negra no topo da carreira. E não podemos esquecer da beleza!
Maju Coutinho
Nenhum outra jornalista responsável pela previsão do tempo ganhou tanto destaque como Maria Júlia Coutinho. A paulistana da Vila Matilde virou a queridinha das redes sociais quando o apresentador do Jornal da Manhã, Chico Pinheiro, a chamou pelo apelido e foi repreendido e retrucou: Se eu não posso chamá-la de Maju, então não me chamem de Chico. Contudo, a paulistana ficou mesmo em evidencia na TV e nas redes sociais, após ser transferida da manhã para o horário nobre, apresentando a previsão do tempo no Jornal Nacional, o telejornal de maior audiência do país, dividindo espaço (e brincadeiras) com William Bonner e Renata Vasconcellos. E como não seria diferente para uma negra em destaque, Maju sofreu a reprimenda que só o racismo sabe dar. Ela foi alvo de comentários racistas nessas mesmas redes. Saiu tombando no estilo, porque “os cães ladram, mas a Majuzinha passa”, disse em rede nacional, colocando a hastag #somostodosmaju no topo das mais populares da internet.
Vilma Reis
“De cabeça erguida e bicão na diagonal”, a socióloga baiana, Vilma Reis dos Santos, tomou posse como ouvidora geral da Defensoria Pública do Estado da Bahia (DPE/BA) para o biênio de 2015 a 2018, em uma acirrada disputada que possibilitou os mais emocionantes e engajados depoimentos sobre a importância desta militantes para a luta dos direitos humanos, em especial, na defesa das mulheres negras, maioria absoluta da população baiana. A socióloga lotou o Centro Cultural da Câmara dos Vereadores, em Salvador, na sua cerimônia de posse já havia feito parte do Conselho Consultivo e teve participação ativa na estruturação do órgão. Atualmente é a voz daqueles que necessitam da Defensoria Pública, legitimada pela mesma sociedade civil. Neste primeiro ano, o destaque foi a interiorização, levando o atendimento da Defensoria Cidadã para cidades do interior da Bahia, assinalando que DPE é “Um lugar para construir respostas coletivas, diante de insuficiências institucionais que não respondem pelo sofrimento das Mães do Cabula, nem sobre as tensões que pairam o Quilombo Rios dos Macacos, e demais comunidades quilombolas do estado”, definição do cenário atual feita pela voz firme da ouvidora, em seu discurso de posse. Viva nós e as águas.
Monique Evelle
Criadora do Desabafo Social, um projeto que cresceu a partir da potencialização do Grêmio Estudantil do seu colégio na época do Ensino Médio, fruto das aspirações politicas e sociais de jovens que uniram a ideia de criar um projeto voltado para área de educação e direitos humanos, com recorte racial e de gênero.
No início, Monique realizava as ações sozinha, em bairros de Salvador, como nas regiões do Nordeste de Amaralina e do Subúrbio Ferroviário. E logo após a criação do blog desabafosocial.com.br as pessoas começaram a conhecer e abraçar a iniciativa. Atualmente, a rede integra 52 colaboradores, distribuídos em 13 estados do Brasil.
Em 2015, o Desbafo Social lançou seu mais novo produto de ação coletiva, a plataforma Ubuntu