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Ativistas pedem a retratação do jornal CORREIO* sobre cobertura do caso Itamar Ferreira, em Salvador.


PEDIDO DE RETRATAÇÃO A COBERTURA HOMOFÓBICA DO JORNAL CORREIO*

Na manhã do dia 15 de abril (segunda-feira) de 2013, o Jornal Correio* estampou em sua capa uma manchete intitulada “Sexo Grupal atraiu aluno da UFBA para emboscada”. O título sintetizou o ápice da irresponsabilidade construída por uma série de reportagens publicadas por esse veículo após o homicídio praticado contra nosso amigo Itamar Ferreira no dia 13 de abril do mesmo ano.

Irresponsabilidade que teve como saldo a construção de um discurso que transformou a vítima em algoz, ofendendo sua honra e memória, e corroborando para que novos homossexuais sejam assassinados do País, e principalmente na Bahia.

Para nós, amigos da vítima, foi duro e dolorido ouvir nas ruas comentários que culpavam o nosso amigo. Como se já não bastasse o sofrimento de tê-lo perdido de uma maneira tão violenta!

O pior é que além de descontextualizadas, boa parte das informações publicadas pelo jornal sequer podem ser comprovadas, em partes, por serem retiradas de pessoas em condições de vulnerabilidade que também não tiveram minimamente seus direitos assegurados. Foram expostos às câmeras, microfones e gravadores para saciar a busca por notícias ancoradas na violação a dignidade humana. Não desejamos estancar o sangue de Itamar com o sangue de outras pessoas! Se há culpados, que sejam punidos dentro do âmbito legal.

Aí mistura-se a irresponsabilidade do jornal à irresponsabilidade do aparato policial, que por sua vez, além de abrir ilegalmente as carceragens, expôs a outra vítima que por sorte sobreviveu, e repassou informações inconclusas sobre o ocorrido, numa representação costumeira da aliança perniciosa e histórica entre imprensa e polícia no Brasil, que tem como alvo preferencial jovens negros como Itamar. Porém, os meios de comunicação também constroem a realidade e devem sim ser responsabilizados, inclusive, por não terem cumprido o papel de questionar a polícia.

No Brasil os mecanismos legais para ter a integridade do indivíduo minimamente retratada pela imprensa são parcos, por pressões corporativas.  Por isso, já que os donos não desejam regulamentar o direito de resposta previsto na Constituição, apelamos inicialmente para o bom senso e solicitamos a retratação imediata na

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