Horas depois de voltar ao Chile, após quase três anos na ONU, ex-presidente confirma intenção de concorrer nas eleições
São Paulo – A ex-presidenta do Chile Michelle Bachelet anunciou na noite de quarta-feira (28) sua intenção de concorrer novamente à Presidência do país, nas eleições marcadas para novembro. “Estou disposta a assumir este desafio pessoal, mas mais que tudo coletivo. Com alegria, determinação e muita humildade, tomei a decisão de ser candidata”, declarou.
O já esperado anúncio de sua intenção de cumprir um novo mandato no palácio La Moneda veio horas depois de seu regresso ao Chile, na manhã de ontem, após quase três anos em Nova York, onde atuou como diretora executiva da ONU Mulheres.
No discurso em que confirmou sua pré-candidatura, realizado em um ato no Centro Cívico Cultural de El Bosque, Bachelet afirmou que não apresentará um programa de governo “feito entre quatro paredes”. “Vou promover diálogos e encontros para que o programa desta campanha tenha a marca da cidadania”, acrescentou, avisando que percorrerá o país.
Bachelet terá de participar das primárias da oposição no final de julho, quando concorrerá com outros pré-candidatos, como o deputado democrata-cristão Claudio Orrego, o senador radical José Antonio Gómez e o independente Andrés Velasco, seu ex-ministro da Fazenda.
“As primárias são muito importantes para a designação do candidato único da oposição [ao governo de Sebastián Piñera], porque são um caminho legítimo e válido para que a cidadania indique sua preferência”, disse Bachelet, que comandou o Chile entre 2006 e 2010.
Aos 61 anos, Bachelet é favorita nas pesquisas que medem o clima para as presidenciais de 17 de novembro. Na última pesquisa do Centro de Estudos Públicos do país, 53% dos chilenos acreditam que ela será a nova mandatária do país, e 49% afirmaram que a apoiaria. O pré-candidato Laurence Golborne, ex-ministro de Obras Públicas, Energia e Mineração de Piñera, é posicionado bem atrás, com 11% de apoio entre o eleitorado.
A pré-candidata deixou claro que sua ênfase no governo será no combate contra a desigualdade. “O Chile tem uma cidadania mais madura e mais forte”, ressaltou, afirmando que sabe que