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Baixa representação negra no parlamento é retrato da estrutura racista do Brasil

Baixa representação negra no parlamento é retrato da estrutura racista do Brasil

Reforma Política é o caminho para a ampliação da diversidade racial na política

A cultura e o folclore são meus
Mas os livros foi você quem escreveu
Quem garante que palmares se entregou
Quem garante que Zumbi você matou
Perseguidos sem direitos nem escolas
Como podiam registrar as suas glórias
Nossa memória foi contada por vocês
E é julgada verdadeira como a própria lei
Por isso temos registrados em toda história
Uma mísera parte de nossas vitórias
 É por isso que não temos sopa na colher
 E sim anjinhos pra dizer que o lado mal é o candomblé…

Os versos da música  Palmares 1999 , da banda Natiruts, ilustram com fidelidade a situação de discriminação racial e opressão que a população negra ainda vive no Brasil.

Baixa representação negra no parlamento é retrato da estrutura racista do Brasil

No cenário político, essa desigualdade também se manifesta. Se – segundo dados do último censo do IBGE – os negros e negras representam quase 51% da população brasileira, a participação no poder está aquém da sua quantidade e da sua importância. Considerando os parlamentares em exercício no Congresso Nacional, apenas 8% dos Deputados Federais são negros (43 dos 513). No Senado, a discrepância é ainda mais gritante, sendo apenas dois negros dentre os 81 que compõem a bancada.

Para o publicitário e ativista da questão racial, Paulo Rogério Nunes, essa baixa representação é um retrato da estrutura racista existente no Brasil. “Das chamadas democracias multiétnicas que existem no mundo somos uma das mais excludentes em relação aos grupos não-brancos”, garante.

Paulo Rogério, que atua como Diretor-Executivo do Instituto Mídia Étnica, atribui esse cenário de discriminação a uma série de fatores construídos histórico-socialmente no Brasil. Segundo ele, “o fruto da escravidão racial, de uma política de imigração equivocada e a ausência de ações afirmativas no pós-abolição resultaram nesse quadro vergonhoso que temos hoje”.

Um dos 45 negros no Congresso Nacional, o Deputado Federal Luiz Alberto (PT-BA) afirma que a questão racial, apesar da sua importância, “não tem muito espaço no Congresso e nem é visto pela maioria dos parlamentares como um problema”. O seminário A Sub-representação de Negras e Negros no Parlamento Brasileiro, realizado no

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