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Balandê/Baião resgata origens africanas no interior do Piauí

O baião, imortalizado por Luiz Gonzaga, deu cria ao Balandê.   A dança atrai dezenas de jovens em Monsenhor Gil, região Norte do estado.

Balandê/Baião resgata origens africanas no interior do Piauí

Foto: Regis Falcão

A leveza dos vestidos estampados, a sonoridade dos gafanhotos, o gingado dos homens e mulheres no terreiro configura uma dança secular que atravessa várias gerações no município de Monsenhor Gil, região Norte do Piauí. O Balandê/Baião é uma das manifestações mais fortes da cultura local dessa cidade de pouco mais de 10 mil habitantes, mas que só há oito anos vem sendo aos poucos apresentada a outras regiões e estados do Brasil.

Balandê/Baião resgata origens africanas no interior do Piauí

Foto: Regis Falcão

Depois que o médico Antonio Noronha Pessoa Filho, produziu em 2004 um curta-metragem  intitulado Balandê /Baião, a dança típica rural ganhou notoriedade e a partir então foi se revelando para outros públicos. O filme foi selecionado dentro da primeira edição do projeto ‘Revelando os Brasis’ do Ministério da Cultura e do Instituto Marlin Azul, e exibido em várias capitais brasileiras.

O baião, reconhecidamente nordestino e imortalizado por Luiz Gonzaga, deu cria ao Balandê em Monsenhor Gil por volta da década de 40, através de Luís Pereira de Andrade, o Mestre Zé Coelho, falecido em 2011. No entanto, os relatos históricos e de populares revelam que o baião já era dançado na região por escravos refugiados em 1875, no que antes era chamado de Povoado Lages. Dança e religião se encontravam nas festividades realizadas após as rezas e durante o período da colheita como forma de agradecimento.

O povoado de Lages fazia parte de Teresina quando recebeu seu primeiro padre, Monsenhor Gil. Por influência do sacerdote, o povoado passou a se chamar Natal, em função das festas religiosas realizadas em dezembro. Em 1963, Natal tornou-se município e recebeu o nome de Monsenhor Gil.

Quem conta toda essa história é o educador físico Jozimar de Sousa Venção, carinhosamente conhecido na cidade por ‘Jorginho’. Ele foi integrante do grupo que nasceu em 2005 e hoje é responsável por implantar em algumas escolas da rede pública de ensino o Balandê. Foi a partir daí que crianças e adolescentes passaram a conhecer e

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