O bloco Alvorada – vanguarda no segmento dos blocos de samba e no Carnaval de Sexta-feira – começa uma série de três eventos que marcam o ciclo de 46 anos de existência do bloco, e no contexto de pandemia do novo coronavírus, o projeto Memorial do Samba conta com programação virtual. Nesta sexta-feira, 29, um encontro reúne fundadores para contar a história da fundação e evolução da entidade, a Roda de Samba sobre Diversidade do Samba promove o encontro de mulheres que fazem parte da trajetória da entidade, no dia 5/02, e na tradicional Sexta-feira de Carnaval, no dia 12/02, acontece a live musical.
Todas as atividades ocorrem seguindo os protocolos de saúde, e serão transmitidas ao vivo. A primeira live ‘Como tudo começou…’, às 19h, pelo canal do Youtube Alvorada Samba, terá a participação de gestores do bloco e artistas que são testemunhas da construção da entidade, que tem foco na valorização da tradição do samba e de artistas locais. A apresentação será da jornalista Vânia Dias.
A live do dia 5 de fevereiro, às 16h, pela plataforma Zoom, será com Juliana Ribeiro, Josiane Climaco, Raimunda Senna e Nadjara França, que vão destacar a valorização da mulher que sempre foi uma das premissas das ações da agremiação.
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Já a live show, no dia 12 de fevereiro, quando seria o desfile no Carnaval de Salvador, irá começar, às 19h, também pelo canal Alvorada Samba, com a ala de canto e grupo Bambeia (versão reduzida). Desta vez, o ator do Bando de Teatro Olodum e associado do Alvorada, Jorge Whashington, irá apresentar o evento.
Também no rol de ações dos 46 anos, o Alvorada está reunindo seu acervo no projeto Memorial do Samba. A partir de fotografias, reportagens, troféus, acessórios carnavalescos, vídeos, fantasias, documentos, músicas, CDs, homenagens, entre outros, será disponibilizado ao público parte da história da folia baiana. A ideia é fazer o levantamento e digitalizar todo o material dessas quatro décadas de existência, visando a qualificação e preservação de registros históricos e culturais.
A iniciativa tem apoio financeiro do Estado da Bahia, através da Secretaria de Cultura e da Fundação Pedro Calmon (Programa Aldir Blanc Bahia) via Lei AldirBlanc, direcionada pela Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo, Governo Federal.
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Religiosidade
Como todos os anos, Alvorada não deixou de cumprir as atividades religiosas que integram o calendário. Desde o tradicional caruru que foi distribuído em quentinhas e, este ano, a missa no Rosário dos Pretos e a Lavagem do Gravatá. “Estamos mantendo as ações possíveis e com adequações como os suportes tecnológicos e criando condições de superação. Tudo isso priorizando o samba raiz. Samba no Alvorada não é opção, é regra. Ninguém pode falar de samba, sem falar do Alvorada”, disse o presidente do Alvorada, Vadinho França.
Histórico
Criado em 1975, por jovens estudantes do Colégio Severino Vieira, o bloco é um dos patrimônios culturais da Bahia e o mais antigo bloco de samba a desfilar no carnaval da cidade. Como o primeiro bloco dedicado exclusivamente ao samba, desde 1975 tem contribuído para a permanência do ritmo na programação do carnaval, além de estimular o surgimento de outras agremiações e priorizar os artistas da terra.
Alguns dos fundadores são filhos de Valdomiro França, que liderou o Vai Levando, que chegou a reunir quase 5 mil homens nas décadas de 1950 e 1960. Entre os filhos do famoso França está Valter Aragão França, o Mestre Prego, falecido em 2010 e um dos responsáveis pela percussão do Alvorada, ao lado de Mestre Jacob e o Mestre Neguinho do Samba, que anos depois criaria o ritmo samba reggae, fundamental para a música contemporânea da Bahia. Em paralelo ao trabalho no período festivo, o Alvorada desenvolve ações sociais no bairro do Gravatá, onde está sua sede como capacitação de jovens, em parceria com os poderes municipal e estadual.
Twitter: @alvoradabloco
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